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Em pré-campanha, Marina perde seguidores no Facebook

Presidenciável da Rede é a pré-candidata que mais perdeu likes na rede social nos últimos doze meses

Bruna de Lara | 13 fev 2018_19h08
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No período de pré-campanha e apostando na internet para convocar voluntários ao seu partido, a presidenciável da Rede, Marina Silva, vem perdendo seguidores no Facebook. Mesmo com o terceiro maior número de curtidas na rede social – atrás apenas de Jair Bolsonaro (PSL) e Lula (PT) –, ela é a pré-candidata que mais perdeu likes nos últimos doze meses. Apenas Marina e Collor não aumentaram suas curtidas. Desde abril de 2016, ela perde seguidores mês a mês. De lá para cá, 126,2 mil pessoas descurtiram sua página.

Para tentar aumentar a base de apoiadores, Marina lançou na última semana a página de Facebook #SomosMarina, uma aposta para cadastrar adeptos à sua campanha. É também uma tentativa de compensar as dificuldades institucionais de seu próprio partido, que detém pouco tempo de tevê e financiamento modesto dos fundos partidário e eleitoral. Seu histórico nas redes, porém, indica as dificuldades da estratégia.

A marcha lenta vai além da perda de seguidores. Dados obtidos por meio da ferramenta CrowdTangle mostram que a vantagem de Marina sobre sete outros presidenciáveis em curtidas totais não se reflete em interações na rede. De janeiro a novembro de 2017, ela teve o segundo pior engajamento entre os nomes pesquisados pela reportagem – Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (PSD), Jair Bolsonaro, João Amoêdo (Novo), Lula, Manuela D’Ávila (PCdoB) e Rodrigo Maia (DEM). Nesse período, ela ficou à frente apenas de Maia. Nos dois meses seguintes, subiu três posições, mas continuou distante da liderança. Em janeiro, Bolsonaro provocou 30 vezes mais interações que a concorrente e, Lula, 19 vezes mais.

Menos dramática, a situação no Twitter não chega a ser animadora. Com o maior número de seguidores, Marina mantém uma boa distância do segundo lugar, ocupado por Geraldo Alckmin. O número de pessoas que acompanham o perfil do governador de São Paulo é quase metade das 1,8 milhão que seguem a pré-candidata da Rede. Ainda assim, Alckmin gerou 2,5 vezes mais interações em janeiro, quando a ex-ministra de Lula amargou o terceiro pior engajamento entre os nomes pesquisados. Mais uma vez, dois de seus maiores adversários levaram larga vantagem. Juntos, Lula e Bolsonaro provocaram 1 milhão de reações a mais do que Marina.

Fora da internet, o partido da pré-candidata também apresenta limitações de representatividade. Registrada em setembro de 2015, a Rede Sustentabilidade é ainda pouco expressiva, com 20,6 mil filiados. O partido de Marina Silva conta com 181 vereadores, seis prefeitos, quatro deputados estaduais, quatro deputados federais e um senador. Uma projeção da Folha de S.Paulo com base em um cenário com nove outros candidatos mostra que os quatro deputados federais garantiriam a Marina apenas 12,8 segundos em cada bloco de propaganda gratuita na televisão – a sétima aparição mais curta. Segundo as novas regras eleitorais, 90% do tempo é calculado com base no número de deputados federais de cada partido, e os 10% restantes são divididos de forma igualitária.

Financeiramente, a Rede terá dificuldades para tocar uma campanha à altura de seus oponentes. Dos 35 partidos brasileiros registrados no Tribunal Superior Eleitoral, o partido de Marina Silva recebe o 22° valor mais baixo do Fundo Eleitoral, fundo público de financiamento de campanhas. São 10,7 milhões de reais – 201,6 milhões a menos do que a quantia destinada ao PT e 1,5 milhão a mais do que a reservada ao PSL de Bolsonaro. Em janeiro, a Rede dispunha de 390,4 mil reais do Fundo Partidário, frente aos 8,4 milhões reservados ao PT, por exemplo. Era o 26° valor mais baixo.

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