Segundo Caderno completa 45 dias sem entrevistar Caetano Veloso
“É uma marca absolutamente histórica”, disse, tocado, o editor do Segundo Caderno Artur Xexéo. “Nunca imaginei que conseguiríamos.” A emoção não era sem motivo. Pela primeira vez em cinco anos o suplemento cultural d’O Globo chegou à marca de um mês e meio sem publicar uma matéria com Caetano Veloso. “A equipe está de parabéns. Foi um esforço coletivo”, enfatizou Xexéo. O editor disse que não foi fácil resistir aos 45 dias de abstinência, pois em vários momentos Caetano Veloso poderia ter sido acionado: “Lançaram o filme sobre o Lula, fecharam a Help, a FAB recomendou a compra dos caças suecos, o Vagner Love foi contratado pelo Flamengo, o Obama enviou mais tropas ao Afeganistão. O Caetano certamente tinha uma opinião sobre cada um desses fatos.” Segundo Xexéo, houve proibição explícita à menção do compositor baiano durante as reuniões de pauta: “Sim, foi tratamento de choque, admito. Mas não havia outra possibilidade. Ou cortávamos pela raiz, ou continuaríamos viciados. O grupo foi firme, e não recaiu.” Para ele, o momento mais duro aconteceu durante o lançamento do Big Brother Brasil 10, em que todos os repórteres se contiveram para não pedir um comentário do compositor: “Veja bem. Um mês antes o Caetano havia nos dito que o Woody Allen era ‘muito hétero’. Imagina o que ele falaria sobre o Pedro Bial?”
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