Ministério da Agricultura proíbe promoção de chã, patinho e lagarto
BRASÍLIA – “É um cartel!” Foi assim, com exclamação e tudo, que o ministro da Agricultura e Pecuária, Reinhold Stephanes, abriu a coletiva de imprensa para anunciar as resoluções de sua pasta para o último ano do governo Lula. Entre as principais medidas, a que causou mais impacto foi a proibição da venda de chã, patinho e lagarto por preços iguais. “Faz mais de vinte anos que escuto, nos anúncios dos mercados, que essas três carnes estão em promoção, e mais, vendidas pelo mesmo valor", disse indignado. Stephanes não hesitou em chamar a prática de dumping. Segundo ele, o preço estrategicamente reduzido do trio chã-patinho-e-lagarto estabelece um piso psicológico que torna razoável que os outros cortes possam custar bem mais. "É diabólico", disse Stepahens, "reparem no nome das carnes. Algum cristão já acordou de madrugada dizendo ‘Que vontade de comer um patinho?’ ‘Se não me derem um pedaço de chã, eu morro!’ ‘Cadê o lagarto que deixei no freezer!’ Não! É claro que comparado com essas porcarias, o sujeito pode cobrar o que quiser pelas outros cortes!" Stephanes desafiou a platéia a responder à pergunta: “Por que nunca ouvimos um comercial dizendo ‘chã, patinho e filé mignon’, ou ‘chã, patinho e contra-filé de alcatra’?” Como ninguém respondeu, o próprio ministro adiantou-se: “É pra deixar claro que os cortes nobres não se misturam e, por isso, valem mais. É feito sócio do Country. Silva não é sócio do Country. Santos não é sócio do Country. Mas Almeida Braga é, Carvalho Pinto é, Rapapport Sodré Soares é." Nem todos compreenderam a analogia, e o próprio ministro confundiu-se um pouco ao tentar explicá-la. Poucas horas depois de encerrada a coletiva, a Associação Brasileira de Publicidade divulgou nota afirmando que, se aprovada, a medida governamenal representará um duro golpe para o setor. "Estudos provam que é tecnicamente impossível criar um anúncio para supermercados sem as palavras chã-patinho-e-lagarto."
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