COUNTRY CLUB – “Sou quilombola”, declarou o candidato a vice-presidente da chapa tucana, Antonio Pedro Indio da Costa, na mesa do Country Club do Rio de Janeiro. “Quando Mem de Sá chegou aqui, as terras de minha família se estendiam da Vinícius de Moraes a Aníbal de Mendonça. Um tio-trisavô dançava o Kuarup bem aqui, no cineminha do Country, e considero justo meu pleito de reaver essas terras sagradas, berço de meus ancestrais, morada do grande espírito de minha grei.”

Ao ser informado que quilombos se referem a aldeias de escravos fugidos, Indio da Costa lembrou que, antes dos negros, “o meu povo foi subjugado pela espada do colonizador, fato que me leva a considerar essa definição estreita do termo ofensivamente discriminatória”. Conciliador, o tucano deixou entretanto claro que está aberto ao diálogo, e caso o Ministério da Justiça se prenda a tecnicalidades, ele aceita que a concessão do quilombo seja substituída pela demarcação de terras indígenas, “mas aí tem que incluir o Leblon, pois a nação dos Indios da Costa precisa de espaço para caçar e fazer compras”.

Indio da Costa informou que ocupará suas novas terras com o único intuito de zelar pela Mãe Natureza, filha do grande deus Tupã. “Só construirei apartamentos duplex de 500 metros quadrados, com quatro suítes, hall de entrada, sala de estar, espaço gourmet, home theater, varanda para o mar e sete vagas na garagem usando madeira certificada”, declarou Indio, trançando um cesto e comendo beiju.