Suplicy foi instruído a se vestir de forma extravagante
para convencer eleitores e colegas de sua loucura

PINEL – Um vídeo que vazou ontem na internet mostra que o senador Eduardo Suplicy teve aulas com um psiquiatra para parecer louco. “Foi uma estratégia psiquiátrico-marqueteira para conquistar votos de eleitores e a condescendência de adversários”, disse o delegado Sigismundo Alegria, encarregado do caso.

Numa cena, o petista é instruído a balbuciar frases desconexas sobre a renda mínima. Noutra, ele canta e o psiquiatra o interrompe diversas vezes, aos gritos de “Mais devagar!” e “Mais desafinado!”

O psiquiatra aparece dizendo que, “para parecer alguém com sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo”, o senador deve sempre manter uma aparência apática, olhar perdido e falar mole. “Nunca dê uma resposta de menos de 30 minutos”, orienta o profissional.

Encontrado pela polícia no Juqueri, disfarçado de Gerald Thomas, o psiquiatra confessou seu envolvimento na simulação de loucura de Suplicy. Ele pareceu aliviado com a descoberta do embuste. “Vocês não imaginam o custo que foi fazer esse homem abandonar a leitura de Locke para vestir a cueca por cima da calça no Pânico na TV.”

A revelação causou consternação em Brasília. “É triste que um de nossos quadros mais respeitados tenha se prestado a esse teatro”, disse José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT. “Por outro lado, episódios como a luta de boxe com Popó e o cartão vermelho na tribuna no Senado ganham outros contornos diante da revelação.”

“Eu fico me perguntando: quem é esse Eduardo? É casado? Se dá com o Kassab”, disse a senadora Martha Suplicy, que foi casada trinta anos com Suplicy. Ela sustenta que não sabe quando ele começou a fingir de louco, mas acrescentou: “Nunca engoli direito aquela história de ele me pedir autorização para transar com a Joan Baez.”

A polícia investiga se a simulação do senador envolveu seu filho Supla.