29ago2012 | 16h05 | Brasil

Mercadante anuncia greve em caráter irrevogável

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ABCD PAULISTA – Inconformado com a agenda eleitoral de Alexandre Padilha, ministro da Saúde que tem feito campanha para aliados pelo interior paulista, o ministro da Educação Aloizio Mercadante anunciou na manhã de hoje pelo Twitter que entrou em greve em caráter irrevogável.

O ministro fez questão de salientar que não se tratava de um gesto de solidariedade para com os professores das universidades federais, paralisados há três meses. “É uma greve cívica, com o objetivo de questionar o alheamento ao processo eleitoral a que os ministros de Estado são obrigados a se sujeitar no exercício de suas funções”, declarou Mercadante. “É inadmissível.”

Mercadante reivindica ser liberado de suas funções no ministério quatro dias por semana em tempo integral e sem perda de remuneração para “participar de atos cívico eleitorais” de candidatos petistas em São Paulo. Pré-candidato ao governo paulista em 2014, ele exigiu ainda metade do tempo de televisão da campanha de Fernando Haddad, que concorre à prefeitura de SP, para “apresentar sem afobação” sua plataforma ao governo do estado.

Mercadante decidiu despachar esta semana do comitê central de João Paulo Cunha, candidato à prefeitura de Osasco. O ministro explicou à imprensa a operação-padrão que decidiu adotar. “Esta semana não assino nada sem ler. Pedi aos meus assessores que me explicassem em minúcias os ofícios que me trouxessem para assinar”, disse ele, escondido atrás de uma pilha de documentos.

Na contramão de vários setores dos servidores federais, que começam a retomar o trabalho na semana que vem, o ministro pretende manter a greve até o fim do julgamento do mensalão, em solidariedade aos companheiros. “Vocês sabem, meu nome é solidariedade”, disse o ministro gevista, cofiando os bigodes.

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