23mar2016 | 15h55 | Brasil

Comando Vermelho pede consultoria à Odebrecht para dar nomes de bandidos

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BANGU – A deflagração da 817ª fase da Operação Lava Jato, que revelou planilhas de propinas da construtora Odebrecht, fez com que Fernandinho Beira-Mar, CEO da Comando Vermelho S.A., contratasse em caráter de urgência os executivos da empresa para dar um choque de gestão no marketing da holding criminosa carioca. 

“O mundo está mudando e nós ficamos para trás. Ao reconhecer nossos erros, damos um passo importante para superar nossas deficiências. Fomos buscar no mercado quem hoje desenvolve as melhores práticas da atividade ilegal”, declarou Beira-Mar em coletiva de imprensa em Bangu, headquarter  do CV. 

O traficante mostrou-se particularmente impressionado com os codinomes que os executivos da construtora deram aos políticos citados nas planilhas. “Os caras chamam o Renan de ‘Atleta’, o Paes de ‘Nervosinho’ e um outro lá que eu nem conheço de ‘Viagra'”, comentou Beira-Mar, com admiração. “Isso sem mencionar o Festança, o Bobão e o Encostado2. Vocês já viram apelido melhor do que Encostado2? Será que é filho do Encostado1? Perto disso, Elias Maluco e o Celsinho da Vila Vintém representam o passado. O Comando Vermelho parou no século XX.”

Beira-Mar também declarou que, tomando a lista como base, de agora em diante só se referirá a Eduardo Cunha como Caranguejo. “O apelido é coisa de gênio. O sujeito anda pra frente como se estivesse recuando. Quando todo mundo acha que ele se foi, o cara está cinco casas à frente. Estou disposto a pagar 60% da féria de Acari pra quem criou o apelido. Com um talento desses a bordo não haverá cartel de Medellín que segure o CV.”