SUÍÇA – Minutos após o deputado Bruno Araújo, do PSDB, proferir o 342º voto a favor do impeachment, jornalistas descobriram que Eduardo Cunha responde a uma infinidade de denúncias de corrupção, chantagem e até de ameaças de morte. “Houve uma epifania coletiva nas redações. Tudo quedou claro e transparente de uma hora para outra”, afirmou Alberto Dines, decano dos ombudsmen. “Além de ganhar tintas maquiavélicas nas capas de revistas semanais, o presidente da Câmara protagoniza hoje um editorial iracundo de O Globo intitulado ‘Eduardo Cunha mancha o Congresso’. Impressionante a velocidade com que a informação circula nos tempos hodiernos”, concluiu.

Após manobra de Cunha, no entanto, todas as reportagens que o criticavam voltaram à estaca zero. “Tivemos que retomar as apurações do começo. É como o Dia da Marmota!”, desabafou o repórter Álvaro Petit, do Diário de Notícias. Em paralelo, a Comissão de Ética da Câmara iniciou uma votação para canonizar o deputado.

No final da tarde, um destemido jornalista deu um furo de reportagem: Renan Calheiros, presidente do Senado, também teria acusações de corrupção.