Aécio e Perrela grampeados: civilidade de tucano faz PF desconfiar de uso de linguagem cifrada
CLÁUDIO – Uma conversa telefônica interceptada do senador afastado Aécio Neves com o também senador Zezé Perrela acendeu a luz amarela na Polícia Federal. No diálogo, o tucano repreende Perrela por tratá-lo como mais um entre os políticos citados em delações da Lava Jato, jogando “todo mundo na lama”, indistintamente. Claramente irritado, Aécio quase não usa palavrões durante os cerca de 5 minutos de gravação.
“Estou perplexo!”, reagiu o perito Daniel Palhares, acostumado ao linguajar característico do tucano em conversas privadas, ao ouvir a conversa pela primeira vez. Depois de beber um copo d’água com açúcar e ser amparado por colegas, Palhares analisou o diálogo para o piauí Herald. Embora Aécio comece dizendo que “poucas vezes [viu] uma declaração tão escrota”, o senador dá prosseguimento à conversa sem recorrer a qualquer outra palavra de baixo calão. “Minha hipótese é a de que Aécio iniciou a conversa com um palavrão para nos despistar”, afirmou o técnico. “Em nenhuma outra ligação ele fala de modo tão polido, o que indica que não estava falando com naturalidade”.
Um dos trechos que intrigou os peritos, em que o senador afastado diz que a campanha de Perrela “foi financiada na Lua, pela semente lá sua, pela quentinha do Alvimar”, já está sendo decodificado pelo departamento de criptografia da PF. A passagem considerada mais impenetrável, contudo, é outra. Aquela em que o tucano diz: “Quem conhece o Aécio, quem conhece o Anastasia, sabe da correção deles”.
Leia Mais
Moro e Dirceu duelam para ver quem é o primeiro a detonar candidatura de Haddad
Ao deixar prisão, Marcelo Odebrecht é homenageado por escola de samba X-9
CBF prepara camisa comemorativa para julgamento de Lula
Flagrado com apenas 480 mil reais, Nuzman teme sofrer bullying de companheiros
Agentes da Polícia Federal realizaram uma batida na casa de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, e encontraram 480 mil reais em dinheiro vivo, bem como o corpo morto-vivo do próprio Nuzman.