Primeiro bebê nascido após reforma trabalhista teve trabalho de parto de 12 horas seguidas sem horário de almoço
REFEITÓRIO DA CÂMARA – Foi recebida com alegria – mas sem almoço – a pequena Celeste, nascida na madrugada desta sexta-feira, pouco depois da sanção da reforma trabalhista pelo presidente Michel Temer. O trabalho de parto da primeira criança que veio ao mundo após a Desconsolidação das Leis do Trabalho (DLT) durou 12 horas ininterruptas, como rege a nova lei. Após nascer, Celeste ainda tentou mamar no peito da mãe, mas o sinal do refeitório da Câmara soou decretando o fim do intervalo. “Já deu pra ver que ela está preparada para o mercado de trabalho moderno”, comemorou Fátima Damascena, a mãe.
Os médicos estavam preocupados com a possibilidade de Celeste não conseguir cumprir a nova jornada legal. A esperança, no entanto, venceu o medo. “Minha equipe é experiente. Foi um bom teste. Vamos abolir o intervalo daqui para frente”, disse o obstetra Antonio Dias. Menos animado, o anestesista Hilton Lima reclamou: “Trabalhar nessas condições é desumano. Estamos todos pensando em ir para Cuba.”
O parto foi cercado de tensão também por uma confusão feita pela mãe. Ela pretendia usar as três horas de sono que tem todos os dias – entre o fim de sua jornada de trabalho e o começo de uma nova manhã – para dar à luz a filha. Isso porque a parturiente pretendia voltar logo ao trabalho para não ter o seu salário descontado, já que, conforme ouvira falar, a reforma trabalhista reduzira a licença maternidade para 27 minutos.
Desfeita a confusão, o Planalto saudou a chegada da menina. O presidente Temer ligou pessoalmente para a mãe e convidou sua filha neonata para se tornar garota propaganda da nova DLT. “Temos que tirar rapidamente essa criança da informalidade”, disse Temer.
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