06set2017 | 17h49 | Ciência

Máquinas de contagem de cédulas da PF estão “cansadas de tanta corrupção”

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ACARAJÉ DA DINHA – Nunca antes na história desse país tantas cédulas foram contadas tão rapidamente. Acostumadas com as quantias relativamente modestas do jogo do bicho, da máfia dos ônibus e de pequenas obras de grandes empreiteiras, as contadores de dinheiro baianas – ocupadas em contar piadas infames umas às outras – tiveram que ser substituídas no fim da tarde da última terça-feira.

Exemplares do Tempo de Salomão, em São Paulo, disciplinados e acostumados a quantias exorbitantes, foram comprados em caráter de urgência pela Polícia Federal na Bahia. Transportadas por avião, as máquinas chegaram rapidamente a Salvador, mas fizeram exigências antes de começar a trabalhar. Segundo a delegada Claudia Valente, as contadoras alegaram estar sem lubrificação, de modo que só trabalhariam quando recebessem, cada uma, 2 litros de caipirinha de siriguela. “Oferecemos óleo, mas elas disseram que manteriam as exigências por motivos religiosos. Achamos melhor atender. Tínhamos pressa”, contou a delegada.

Para desespero da equipe, as máquinas começaram a emperrar ao ultrapassar a marca dos R$ 25 milhões, pouco antes do Jornal Nacional. Dizendo-se “cansadas de tanta corrupção”, exigiram meio por cento de cada milhão aferido a partir de então. Consultados, Torquato Jardim, ministro da Justiça, e Michel Temer, presidente da República, concordaram com a taxa de contagem, contanto, especificou um ofício do Planalto, que “doravante tais atividades sejam conduzidas no Palácio da Alvorada”.

Na manhã desta quarta, as máquinas foram despachadas para Brasília num avião da Força Aérea Brasileira.