Pedido de prisão contra Aécio é analisado nesta terça por seu fã-clube
BRASÍLIA – O plenário do Supremo Tribunal Federal amanheceu engalanado nesta terça-feira. Bexigas azuis e amarelas cheias de hélio flutuavam por todo o salão; e chapeuzinhos cônicos de papelão foram cuidadosamente postos sobre cada uma das cadeiras do público. Refletores potentes estavam calibrados para iluminar as (muitas) autoridades presentes, como Zezé e Gustavo Perrela, Luciano Huck e Angélica, Alexandre Accioly e Chico Alencar.
Aquecida pela animadora Eliane Cantanhêde, a plateia foi orientada a prender o elástico atrás da cabeça e fazer do chapeuzinho um bico de tucano logo antes da aparição dos ministros. Marco Aurélio Melo foi o primeiro a entrar. Muito animado, trajava uma capa azul do lado de fora, e amarela no avesso. As ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia, sempre discretas, coordenaram leve maquiagem nos tons do PSDB. Já o trio Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, que portava cocares feitos inteiramente com penas de tucano, surgiram em fila percutindo a mão na boca a imitar índios.
Quando todos estavam sentados e em silêncio, o sanfoneiro Targino Gondim tocou os acordes iniciais de Asa Branca, a canção preferida do réuniversariante do dia. Dois minutos depois, adentra o plenário o ex-ex-senador Aécio Neves, para o júbilo de toda a corte, que, rapidamente, levanta-se para aplaudir o tucano.
Antes mesmo de cruzar o salão, a ministra Cármen Lúcia, presidente da corte, declara o ex-ex-senador “livre do instituto da prisão preventiva por toda a sua vida”, bem como lhe outorga o título de “ministro da Supremo honoris causa”, por sua “carreira invejável” e condição de “pai de família”.
Passados os 4 minutos do julgamento, começaram a ser servidos em reluzentes bandejas de prata os canapés e o champanhe.
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