“Família Bolsotrapo” leva Globo de Ouro de Melhor Enriquecimento Duvidoso
RESIDENCIAL HOLLYWOOD – Foi uma surpresa de última hora na premiação desse domingo. Atores, atrizes, celebridades de alta patente, correligionários e donos de empreiteiras se perguntavam como o azarão “Família Bolsotrapo” (adaptação x-rated do seriado “Família Trapo”, transmitido nos anos 1960 pela Rede Record) conseguiu desbancar tantos concorrentes. O seriado, produzido em parceria com a Igreja Universal Studios, levou o prêmio de Melhor Enriquecimento Duvidoso, o mais competitivo da noite.
Como é sabido, “Família Bolsotrapo” conta a história de um pai muito rígido, muito valente e muito, muito, muito macho, que carrega por vinte anos uma suposta honestidade para depois se revelar beneficiário indevido de um auxílio-moradia pago pela Câmara dos Deputados. “Não digo que estou surpreso, mas é uma reviravolta tão ardilosa que nem Hitchcock faria igual”, comentou Rubens Ewald Filho. O crítico lembrou também que a série, que já se arrasta há sete mandatos, ainda deu origem a vários spin-offs envolvendo os filhos do personagem principal.
Engajado, o protagonista Jair Bolsonaro recebeu o prêmio trajando um vestido Dior preto, num protesto veemente em favor dos senadores Kevin Spacey e Harvey Weistein. “São dois homens de bem, que, como eu, foram difamados injustamente pela Folha de S.Paulo”, declarou. O deputado federal pelo PP, o Partido do Patrimônio (de 15 milhões de reais) disse que não vai deixar de receber auxílio-moradia, mesmo morando em um apartamento próprio. “Se o Temer recebe 500 mil morando no Jaburu, por que é que eu não posso ganhar meu guaraná?”, filosofou.
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