Unidos da Jaburu entram na avenida sem velha guarda, com enredo sobre reforma da Previdência
CARNATEMER – “Aqui o jovem de 65 anos requebra até o chão pra não prejudicar a escola no quesito aposentadoria, amada!” A frase foi dita pelo marqueteiro e carnavalesco Elsinho Mouco, o Milton Cunha do Planalto, durante a festa de apresentação do enredo “Ordem e Progresso, Trabalhar é Bom e Eu Gosto: O Mito da Aposentadoria, do Homem de Neandertal a Constantinopla – A Humanidade Não Para, Obalu Ayê, Iansã. Geddel e Jucá”. A cerimônia ocorreu na sede do Grêmio Recreativo Unidos do Jaburu, localizado na Carceragem da Polícia Federal de Curitiba, onde vive o bicheiro e patrono da escola, Eduardo Cunha.
“Esse ano vai ter muito ouro, prata, medida provisória e emenda constitucional, amada”, explicou o carnavalesco, antes de apresentar as fantasias da escola. “A comissão de frente vem muito máscula, fantasiada de bancada da bala. Já a ala das baianas vem mais conceitual, trocando os vestidos brancos por malas de dinheiro, que juntas somam 51 milhões de reais.” Elsinho da Jaburu ainda contou que a grande novidade ficará por conta da bateria, que terá apenas um naipe de surdo e outro de Caixa 2.
Por fim, o carnavalesco finalmente revelou quem vai substituir a eterna Adriana Ancelmo à frente da sessão rítmica da agremiação. “A Cristiane Brasil vai sambar a bordo de uma lancha cenográfica, pra mostrar que ela tem condição de ser, ao mesmo tempo, rainha, musa, porta-bandeira e investigada por associação ao tráfico.” Um passista sem camisa, amigo de Cristiane Brasil, complementou: “Entrar na avenida qualquer um pode, o importante é a gente saber quem tem o direito de sambar.” Mesmo com tamanha determinação, ainda existe o receio de que Brasil tenha a fantasia embargada na Justiça do Trabalho.
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