O novo Jornal do Brasil chega às bancas com o preço sugerido de doze milhões de cruzeiros novos

26fev2018 | 17h02 |

Agência Espacial usa novo JB impresso como prova de viagem ao passado

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CONCESSIONÁRIA DA GURGEL – “É tecnologia de ponta, coisa de última geração, tudo 100% nacional.” A frase foi dita pelo astronauta brasileiro Marcos Pontes, durante coletiva de imprensa realizada hoje pela manhã na sede da Agência Espacial Brasileira. Pontes se referia à ressurreição da edição impressa do Jornal do Brasil, ocorrida neste domingo, após a publicação ter passado várias décadas congelada em nitrogênio líquido. O evento científico-editorial transportou o leitor carioca diretamente a 1980. “Tem coluna da Hildegard Angel e cartum do Ziraldo!”, vibrou o astronauta brasileiro. “Nessa toada, capaz até de o César Maia, o Garotinho e o Miro Teixeira disputarem o governo do estado.”

Em editorial o JB afirmou: “Pretendemos usar o jornalismo moderno como ferramenta para vigiar os poderosos, assim como pode ser visto no recente filme de grande sucesso Todos os Homens do Presidente. Queremos que a vida imite a arte”. Na página ao lado foram publicadas cartas elogiosas de Michel Temer, Moreira Franco, José Sarney, Fernando Collor, Eurico Miranda e do ex-Papa Joseph Ratzinger. A publicação estreou com uma novidade que espera ser “um estouro com os brotos”, segundo nota. Trata-se da “coluna psicografada”, em que grandes nomes imortais refletem sobre suas áreas de expertise. Na primeira edição foi a vez de Johannes Gutenberg discorrer sobre a importância da prensa.

Nem todos receberam a novidade com bons olhos. No grêmio estudantil da UFRJ, o novo JB foi queimado, sob acusação de plágio. “Eles copiaram a gente em tudo, da diagramação à escolha das pautas”, disse um jovem que trabalha como repórter, fotógrafo, redator, diagramador, editor, publisher e entregador da fanzine Voz do Estudante. “Até os erros de digitação são os mesmos!” A manchete de amanhã da fanzine, sobre o golpe que derrubou o governo federal (em 1964) foi trocada em cima da hora. “Quem nos garante que o JB não vai dar a mesma pauta?”

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