Quanto custou a propaganda federal que defende a reforma da Previdência?
R$ 59,1 milhões. Este é o valor gasto pelo governo federal até junho com a campanha publicitária que defende a reforma da Previdência. Os dados são da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e foram obtidos por meio do Sistema de Acesso à Informação do governo federal. Pesquisas feitas pelo governo mostram, no entanto, que o investimento pode não ter surtido o efeito esperado.
QUAL A AVALIAÇÃO DA POPULAÇÃO SOBRE A CAMPANHA?
Para saber como a população recebeu os vídeos da campanha, o governo encomendou duas pesquisas qualitativas a duas empresas. Elas foram realizadas entre fevereiro e março deste ano. A empresa Mood Pesquisa e Estratégia avaliou a campanha com 12 grupos – quatro por praça – em São Paulo, Porto Alegre e Recife. As pessoas que participaram dessa avaliação consideram a campanha “vaga” e com informações “genéricas demais, imprecisas, superficiais e para alguns até mesmo mentirosas”. Segundo os entrevistados, a campanha fala da necessidade e da urgência da reforma, mas não traz explicações sobre “como” ela vai acontecer, o que “gera medo e desconforto”.
Uma segunda pesquisa foi realizada pelo Instituto Análise com quatro grupos de até 12 pessoas – dois em São Paulo e dois em Porto Alegre. Esses participantes perceberam a campanha como “relevante” por se tratar “de utilidade pública”. Mas, em ambas as praças, as pessoas também questionaram a falta de explicação sobre como vão ocorrer as mudanças. Em Porto Alegre, os participantes ainda disseram que o governo quer impor “uma solução (a reforma) para a população de um problema que não foi a população que criou”.
QUEM PAGOU PELA PROPAGANDA DA REFORMA?
A origem dos recursos que financiaram a campanha também é outro ponto de polêmica. Além da verba da Secom, a propaganda consumiu verba de outros dois ministérios.
Em dezembro, a Secom realizou um termo de execução descentralizada com o Ministério do Esporte para poder utilizar um total de R$ 7,5 milhões. Até o fim de junho, desse total, o governo já havia gastado R$ 6,6 milhões.
Do Turismo, foram utilizados, até então, R$ 4,75 milhões. Integrantes da oposição levaram a questão à Procuradoria-Geral da República (PGR), que, após avaliação, decidiu arquivar a denúncia por considerar que não havia ocorrido improbidade administrativa no caso.
Procurado para comentar os resultados das pesquisas e o uso da verba, o governo federal informou por nota que as “perguntas deveriam ser encaminhadas via LAI (Lei de Acesso à Informação)”. O prazo para retorno desses pedidos, porém, pode chegar a 20 dias.
*Colaboração especial do jornalista Alexsandro Ribeiro, do Livre.jor
**Esta reportagem foi publicada na versão impressa do jornal Folha de S. Paulo no dia 10 de agosto de 2017.
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