#Verificamos: É falso que ‘malas secretas’ com votos ilegais foram encontradas na Geórgia
Circula nas redes sociais que “malas secretas” com votos foram encontradas na Geórgia, estado americano no qual o presidente eleito Joe Biden venceu as eleições por uma pequena margem de votos. Segundo o texto, as câmeras de segurança flagraram funcionários do condado de Fulton retirando essas supostas malas debaixo de uma mesa. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
“EUA: Malas secretas de cédulas são encontradas na Geórgia”
Título de texto publicado no site Gospel Prime que, até as 15h do dia 8 de dezembro, tinha sido compartilhado por mais de 200 pessoas no Facebook
As informações analisadas pela Lupa são falsas. O vídeo usado como “prova” dessa alegação não mostra “malas secretas” com cédulas ilegalmente colocadas na sala depois da conclusão dos trabalhos, como afirma o texto publicado no site Gospel Prime. Na verdade, a gravação completa mostra que nenhuma nova remessa de votos chegou ao recinto depois da saída da imprensa e dos fiscais dos partidos.
As alegações partiram do presidente Donald Trump, derrotado nas eleições realizadas no último dia 3 de novembro. Em sua conta no YouTube, ele publicou um vídeo de cerca de 90 segundos que mostra funcionários do Condado de Fulton retirando objetos debaixo de um balcão, alegando que houve fraudes e que eram “malas secretas” cheias de votos. O vídeo foi produzido pelo canal One America News Network (OANN), que recentemente foi suspenso do YouTube por disseminar desinformação.
Frances Watson, investigador-chefe da secretaria de estado da Geórgia, estado governado por Republicanos, prestou uma declaração juramentada sobre o assunto. Ele disse ter assistido o vídeo completo, e não apenas os 90 segundos mostrados pela OANN, e que em momento algum novas remessas de votos foram trazidas depois da saída dos fiscais.
Segundo Watson, por volta das 22h do dia da eleição, 3 de novembro, alguns funcionários, responsáveis por abrir os envelopes com votos, foram dispensados da contagem após a conclusão desta etapa dos procedimentos. Nesse momento, fiscais partidários e a imprensa deixaram o recinto, sem que houvesse qualquer pedido por parte das autoridades presentes. Contudo, a apuração dos votos continuou normalmente, o que, segundo o investigador, é legal.
As tais “malas secretas”, na verdade, eram caixas com rodas onde os votos não contabilizados estavam guardados. Segundo Watson, o vídeo completo mostra os funcionários guardando essas caixas de votos embaixo de uma mesa antes da saída dos fiscais.
A plataforma de checagens norte-americana Lead Stories entrevistou diversos participantes na apuração, incluindo Gabriel Sterling, responsável pela implementação do sistema de votação no Condado de Fulton — e conservador autodeclarado. Esses participantes também confirmaram não ter ocorrido nenhuma irregularidade durante a apuração.
A plataforma de checagem Politifact entrevistou também Richard Barron, diretor de eleições no condado, e ele também confirmou a inexistência de qualquer irregularidade durante o processo. Essa informação também foi checada pelo FactCheck.org.
Nota: esta reportagem faz parte do projeto de verificação de notícias no Facebook. Dúvidas sobre o projeto? Entre em contato direto com o Facebook.
Editado por: Marcela Duarte
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