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    A seca do Cantareira ainda provoca troca de acusações. O subsecretário de Comunicação de Alckmin diz que o PT tentou causar pânico para precipitar o racionamento; o presidente da Agência Nacional de Águas, que o estado gastou mais água do que poderia a fim de esconder a crise FOTO: SEBASTIÃO MOREIRA_(EPA) EFE_EFEVISUAL

questões hídricas & políticas_I

A água e a urna

Como Alckmin e Dilma atuaram na crise de abastecimento em São Paulo em ano eleitoral

Malu Delgado | Edição 103, Abril 2015

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Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, ligou seu iPad na manhã do último dia de janeiro de 2014 e quatro análises de centros de pesquisa do governo federal saltaram na tela. A obsessão da presidente Dilma Rousseff por gráficos e relatórios contaminara seus auxiliares, e era rotineira a divulgação de informações digitais entre ministros na Esplanada. A ministra não se conteve. Pegou o telefone e pediu uma audiência urgente com a presidente. Bateu à porta de Dilma com um dado alarmante, sobretudo em ano eleitoral: o chamado Sistema Cantareira, principal fornecedor de água para 9 milhões de pessoas no estado de São Paulo, estava secando a passos largos.

Os diagnósticos apontavam para o agravamento da estiagem no Sudeste em 2014, depois de um dezembro de 2013 atipicamente seco. Os dados sobre as condições pluviométricas, os baixos níveis dos reservatórios, a queda da umidade do solo e previsões meteorológicas pessimistas antecipavam um cenário de risco para a economia e a política. O colapso do principal centro produtivo do país agravaria ainda mais o quadro de crescimento pífio projetado pelos economistas. A quem o eleitor paulista, sem água na torneira, acabaria responsabilizando por uma eventual crise de abastecimento? E o pior: os reservatórios esvaziados afetariam a produção de eletricidade, trazendo risco de racionamento de energia.

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