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    Minizaitunya Ibyatullina nasceu antes da revolução e trabalhou numa fazenda coletiva na época da União Soviética. Aos 102 anos, mostra com orgulho a foto do marido, morto na Segunda Guerra FOTO: LYNSEY ADDARIO_GETTY IMAGES REPORTAGE

questões político-literárias

Histórias da Rússia

Uma viagem pelo país da revolução bolchevique, cem anos depois

Karl Ove Knausgård | Edição 138, Março 2018

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ARússia é uma terra de histórias. Histórias do czar e de seu povo, de Lênin, da revolução e da Grande Guerra Patriótica; da transformação de um país retrógrado num Estado industrial poderoso e moderno; do Sputnik, de Laika e de Gagarin; depois, do reino de terror de Stálin, de um país que se calcificou, estagnou e acabou sucumbindo; e de Vladimir Putin, o oficial da KGB que chegou ao poder em meio ao caos e restabeleceu a ordem. E como ele fez isso? Por meio de histórias do passado recontadas de modo a oferecer uma justificativa à Rússia de hoje.

Por quase toda a minha vida, essas histórias exerceram uma poderosa atração sobre mim. Na minha infância, a Rússia era não apenas um país fechado e, portanto, misterioso, mas também uma antítese do que éramos: nós éramos livres, os russos, oprimidos; nós éramos bons, os russos, maus. À medida que eu crescia e começava a ler, a situação se tornava mais complicada, porque era da Rússia que provinha a melhor literatura e a mais intensa: Crime e Castigo, de Dostoiévski; Guerra e Paz, de Tolstói; Diário de um Louco, de Gógol. Que país era aquele em que as almas eram tão profundas e o espírito tão indômito? E por que foi  que a noção de injustiça profunda inerente à sociedade de classes se transformou em ação, primeiramente na Revolução de 1917 e, depois, nos setenta anos da ditadura do proletariado? Por que a bela história da igualdade entre os homens acabou em horror, brutalidade e infelicidade?

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