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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2016

esquina

Refúgio dinamarquês

Um árabe gay num país gay friendly

Gabriel de Sá | Edição 119, Agosto 2016

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Said Lutein, um jovem bonito de 22 anos, estatura mediana e olhos muito grandes, negros e amendoados, lembra exatamente o momento em que a guerra civil na Síria foi bater à porta de sua casa. Os primeiros conflitos entre o Exército do ditador Bashar al-Assad e os grupos rebeldes, em 2011, não chegaram a afetar o cotidiano em Damasco. Meses depois, apesar da intensificação do combate, as coisas continuavam relativamente tranquilas na capital do país. Certo dia, porém, andando pela rua no bairro rico e elegante onde morava, Lutein testemunhou a explosão de um carro-bomba. A árvore que havia entre ele e o veículo foi fundamental para lhe salvar a vida.

“Até hoje tenho a audição prejudicada por causa do estrondo”, comentou o rapaz após quase cinco anos, no saguão de um albergue em Copenhague, na Dinamarca. Ele vive na Europa desde 2014. Enquanto contava sua história, dividia a atenção entre o interlocutor e a cadelinha Elza, a quem alimentava com batata frita do McDonald’s. A pequena shih-tzu, de pelos bem tratados, parecia adorar o repasto.

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