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    O baixo crescimento crônico do mundo rico e o aumento da desigualdade podem ameaçar a democracia, diz Wolf; populismos de direita, como o de Trump, vieram para ficar ILUSTRAÇÃO: @PEJAC_ART / WWW.PEJAC.ES

carta do Reino Unido I

Sem almoço no FT

Martin Wolf alerta para os perigos da aliança entre a classe trabalhadora e a direita xenófoba

Rafael Cariello | Edição 119, Agosto 2016

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No dia em que o Reino Unido decidiu se separar da União Europeia, Martin Wolf foi se deitar cedo. “Nunca fico acordado esperando o resultado de eleições”, disse o jornalista, há vinte anos responsável pela principal coluna de análise econômica e política do Financial Times. Wolf é um dos mais influentes comentaristas de economia do mundo, seguido com atenção por vencedores do prêmio Nobel, presidentes de bancos centrais, grandes investidores. O tipo de influência que ele exerce tem menos a ver com o sobe e desce das Bolsas, com o frisson cotidiano de fazer ou perder dinheiro, do que com o velho adágio de que o jornalismo é o “rascunho da história”. No seu caso, por orientar a compreensão que a elite global tem do mundo, a fórmula continua a valer. “Gosto de dormir bem”, explicou. “Fui para a cama sem saber o resultado do plebiscito.”

Levantou-se na manhã seguinte um pouco antes das seis – “minha mulher ainda estava dormindo” – e ligou o computador. Havia se comprometido a escrever uma coluna sobre a decisão tomada pelos eleitores britânicos, a ser publicada na versão online do jornal. Disse ter ficado insatisfeito, mas não completamente surpreso, ao saber que 52% dos seus conterrâneos tinham preferido, na véspera, deixar de fazer parte do bloco político e econômico europeu.

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