Foto: Evaristo Sá / AFP
Ricardo Stuckert, o “ministro do audiovisual”
Mesmo um ano depois da chegada de Sidônio Palmeira, o fotógrafo continua sendo o único detentor das senhas de Lula no Instagram, Kwai e TikTok
Quando o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi convidado a assumir a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, às vésperas do Natal de 2022, Lula fez apenas um pedido a ele: “Cuida dos meus meninos.” Era uma referência a José Chrispiniano, assessor de imprensa do presidente, e a Ricardo Stuckert, fotógrafo que acompanha Lula há mais de vinte anos. Pimenta acatou o pedido. Ao tomar posse, nomeou Chrispiniano secretário de Imprensa, e Stuckert, secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual.
Desde o começo, o controle das redes sociais foi dividido entre as várias secretarias da Secom, de modo que nunca houve um comando único sobre a comunicação digital do governo. A estrategista digital Brunna Rosa, que havia trabalhado na campanha de Lula em 2022, cuidava dos perfis institucionais (gov.br, SecomVc, Presidência da República do Brasil); Chrispiniano, do perfil de Lula no X; e Stuckert, das páginas do presidente no Instagram, TikTok e Kwai. O fotógrafo concentrava tantas funções que alguns servidores o apelidaram de “ministro do audiovisual”. Ele entrou em conflito com Janja, que, a certa altura, pediu a Lula que a deixasse cuidar do seu perfil no Instagram junto com Rosa, de quem era próxima. A ideia chegou a ser apresentada com detalhes em uma reunião formal, mas não prosperou.
Quando Pimenta foi substituído por Sidônio Palmeira, em janeiro de 2025, algumas coisas mudaram. Logo na primeira semana, o novo ministro demitiu Rosa e Chrispiniano. As redes do governo passaram a ser comandadas por Mariah Queiroz, carioca de 38 anos que se destacou à frente das redes sociais do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Desde então, a comunicação do governo na internet se tornou mais dinâmica e obteve maior engajamento. De fevereiro a setembro, os perfis da Secom ganharam 3,5 milhões de novos seguidores. Páginas como SecomVc, consideradas supérfluas, foram desativadas.
Só uma coisa não mudou: Stuckert continua sendo o único detentor da senha dos perfis de Lula no Instagram, no TikTok e no Kwai, como mostra uma reportagem publicada na piauí deste mês. É um vespeiro em que ninguém mexe, embora todos saibam que não há cabimento em haver uma secretaria de redes que não controla todas as redes. O presidente tem 14 milhões de seguidores no Instagram, um alcance maior que de todos os perfis institucionais do governo (o principal deles, gov.br, tem 3 milhões). A conta de Lula no X, por sua vez, é gerida por Laércio Portela, que substituiu Chrispiniano.
“Essa estrutura não foi uma coisa que sortearam, veio por decreto da Secom”, justifica Mariah Queiroz. A secretária diz ter “diálogo diário” com as equipes de Stuckert e Portela, com quem convive também durante as viagens do presidente. No começo, as secretarias faziam reuniões em conjunto para definir as postagens, o que, no entanto, se tornou raro com o passar dos meses. Quando o assunto é importante, é Sidônio, ministro da Secom, quem entra em campo para combinar pautas com Stuckert, o “ministro do audiovisual”.
Leia aqui a reportagem completa, que traça um perfil de Sidônio e de sua gestão à frente da comunicação do governo.
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