Aquele que muitos consideram o primeiro grande economista, e talvez o maior de todos os tempos, o escocês Adam Smith, foi uma típica figura do século XVII, o chamado “Século das luzes”, durante o qual a Europa conheceu um momento brilhante de desenvolvimento intelectual. Smith era um grande erudito, mas também precisou ganhar sua vida como tutor do jovem duque de Buccleugh, um dos nobres ingleses mais ricos e poderosos.
Na carta de 1766 reproduzida nesta página, Adam Smith menciona um retrato que muito preza de Buccleugh, (de quem havia começado a se ocupar em 1763), e se prepara para uma mudança para sua cidade natal na Escócia que o deixa momentaneamente sem acesso à sua preciosa biblioteca:
“Prezado Senhor
Meu servidor entregará junto com esta carta um retrato do duque de Buccleugh que, apesar de ser só um esboço, considero um bem precioso.
Preciso lhe pedir o favor de encomendar uma caixa especial para o quadro, na qual possa estar perfeitamente seguro, e pedir-lhe que mande-o com os meus livros para a Escócia para o mesmo endereço.
Ficaria feliz de receber todos os meus bens tão logo quanto possível, pois não saberia como ocupar-me antes de receber minha biblioteca.
Sou sempre, caro senhor, seu muito devotado, Adam Smith”
Autor do clássico do liberalismo econômico Smith, como tantos outros pensadores de seu tempo, não “saberia ocupar-se” sem seus livros.
As cartas de Smith são extremamente raras e apenas um punhado tornou-se acessível aos colecionadores nos últimos trinta anos, pois quase todas estão preservadas em coleções públicas.