Donald Trump tornou-se uma celebridade há quase quarenta anos, como o protótipo do garoto rico e pretensioso que não hesita em chamar a atenção para si, com o objetivo claro de ampliar seus negócios. Ele nunca fez o tipo discreto, pelo contrário. A cabeleira loira, a mulher bonita, as casas que comprou, seu nome em todos os empreendimentos e numa das torres residenciais mais altas e luxuosas de Nova Iorque – tudo concorria para fazer dele um personagem que amava a fama e a sabia cultivar, trazendo dividendos consideráveis para suas empresas imobiliárias. Seu programa na televisão, no qual maltratava candidatos a um emprego em seu grupo, também contribuiu para que os americanos convivessem com sua exuberância agressiva.
Nada disso, naturalmente, prepara alguém para o cargo de presidente dos Estados Unidos. Sua candidatura, antes considerada piada, até poderia ter se tornado um pesadelo para seu país e o mundo se os democratas não tivessem uma posição tão sólida em tantos estados-chave.
Assinada, essa foto, dedicada a um tal Richard, era a imagem que até bem pouco tempo ele mandava a seus admiradores. O garrancho do autógrafo, muitas vezes comparado a uma dentadura de tubarão, já foi interpretado das formas mais diversas. Em todo caso, Trump cultiva essa assinatura como mais um trunfo de sua persona, definitivamente voltada para impressionar, bem ou mal.