Passados quase 70 anos desde sua morte, em 1947, Al Capone permanece na memória coletiva como o nome emblemático da alta criminalidade na Chicago dos anos 1920. Esse foi o período da proibição do álcool, que tantos filmes americanos contribuíram para mitificar no decorrer do século XX.
Capone lutava constantemente com outros chefes de gangues igualmente sanguinários, e a ele é atribuída a famosa matança do dia de São Valentin, em 1929. Nessa noite, sete membros de uma quadrilha rival foram metralhados friamente, num massacre que marcou de forma perene a imaginação americana.
Capone é também sempre evocado quando se menciona um grande criminoso que acaba preso por uma infração menor. Foi por causa de problemas em seu imposto de renda que Capone, que escapara até então a todas as acusações de assassinato e organização de quadrilha, acabou finalmente preso.
A foto reproduzida nesta página mostra um Capone sorridente, de capote, chapéu e charuto na mão, tal como o público habituou-se a vê-lo. Deve ter sido retratado assim pouco antes de sua prisão, em 1929, quando tinha apenas 30 anos e pesava 110 quilos.A foto traz sua assinatura, o que é muito raro, pois Capone não costumava assinar fotos. Esta traz no verso o carimbo da coleção do Dr. Max Thorek, famoso psiquiatra de Chicago que formou em seu tempo uma das melhores coleções de cartas, documentos e fotos assinadas do mundo.
Sua coleção foi leiloada após sua morte, em 1960, e a consulta ao catalogo do leilão revela que a foto de Capone nem sequer representou um lote individual. A peça foi incluída num lote com dez outros documentos, e o conjunto saiu por apenas 35 dólares, na época o valor de uma bicicleta. Se o leilão fosse realizado hoje, a popularidade atual de Capone e a raridade de seus autógrafos levaria esta foto a um preço recorde, talvez o preço de um bom automóvel.