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A irreverência contra o ódio

Comediante alerta para a máquina de disseminação de mentiras na internet

Eduardo Escorel | 15 jul 2020_07h00
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Sacha Baron Cohen é um ator e comediante britânico conhecido por sátiras sociais politicamente incorretas, informa a edição online da Enciclopédia Britânica. Mas, para quem assistiu a Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (2006), por exemplo, ou para os que têm notícia das elaboradas peças que ele costuma pregar nos outros, falta incluir na apresentação da enciclopédia que se trata de um irreverente iconoclasta, no sentido figurado da palavra –  alguém que contesta normas e convenções de modo radical, usando inclusive figurinos extravagantes. Borat, filme para o qual Cohen criou o personagem principal, escreveu o roteiro e atua fazendo o papel do protagonista, foi produzido com orçamento de 18 milhões de dólares e rendeu na bilheteria dos cinemas pouco mais de 262 milhões de dólares. Quanto às troças que ele promove, basta mencionar a da semana passada (7/7) em que, vestido com o que foi descrito como um “biquíni de renda cor de rosa”, Cohen invadiu correndo uma entrevista, armada por sua própria equipe, de Rudy Giuliani, advogado de Donald Trump, pretensamente sobre a conduta da administração presidencial frente à pandemia do coronavírus, e fugiu antes de a polícia chamada por Giuliani chegar.

O mesmo Cohen estava irreconhecível, em novembro do ano passado, ao receber, vestido de paletó e gravata, com o cabelo aparado e penteado, o Prêmio Internacional de Liderança da ADL, a Anti-Defamation League (Liga Antidifamação), que homenageia “indivíduos excepcionais cuja visão, imaginação e criatividade deixaram uma marca indelével na comunidade global”. Ao fazer seu discurso de agradecimento, ele começou admitindo que a sua presença no evento podia ser inesperada, pois “alguns críticos costumam dizer que meu humor arrisca reforçar velhos estereótipos”.

Cohen prosseguiu com palavras contundentes, falando sobre o que chamou de “a maior máquina de propaganda da história”. Palavras que na quarta-feira passada (8/7) ganharam atualidade renovada entre nós, quando o Facebook removeu “35 contas, 14 páginas e 1 grupo no Facebook e 38 contas do Instagram que estavam envolvidas em comportamento inautêntico coordenado no Brasil”, nas palavras de Nathaniel Gleicher, chefe da Política de Segurança da empresa.

Além de funcionários dos gabinetes do senador Zero Um e do deputado federal Zero Três, e de deputados do PSL – Partido Social Liberal, algumas contas e páginas excluídas eram controladas por aquele que é considerado o líder do “gabinete do ódio” – um assessor especial do presidente da República que trabalha em uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, próxima ao gabinete presidencial. A fábula política que prossegue em Brasília ganhou, assim, um novo episódio e personagem, fabricante de notícias falsas e ofensas pessoais, a serviço do protagonista da trama.

Com teste positivo para o coronavírus confirmado na véspera das exclusões feitas pelo Facebook, o ocupante temporário do gabinete presidencial ganhou justificativa adicional para se manter no retiro em que já estava há algumas semanas, beneficiando-se por ficar afastado da política de confronto que vinha praticando.

Na quinta-feira (9/7), o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, concedeu prisão domiciliar a Fabrício Queiroz e a Márcia Aguiar, sua mulher, mesmo ela estando foragida. Mais um presente inusitado, de teor semelhante aos que o presidente da República ofereceu para a ex-secretária da Cultura e o ex-ministro da Educação.

Domingo (12/7), o número de mortos, vítimas da Covid-19, no Brasil, chegou a mais de 72 mil, e o de contaminados pelo novo coronavírus a mais de 1,8 milhão casos.

Ao receber um trecho breve da gravação do discurso de Cohen na cerimônia de premiação da ADL, através de mensagem enviada por um amigo dileto na própria quarta-feira (8/7) em que o Facebook excluiu as contas e páginas de sua plataforma, procurei a versão integral, disponível aqui.

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O ator e comediante britânico Sacha Baron Cohen


Nas circunstâncias políticas atuais do país, vale a pena ler a transcrição. A seguir, uma síntese, traduzida por mim mesmo:

A verdade é que fui fervoroso desafiador do fanatismo e da intolerância desde sempre. Mas não pretendo afirmar que tudo o que fiz teve um propósito nobre. Sim, algumas de minhas comédias, bom, talvez metade das minhas comédias, eram inteiramente imaturas e a outra metade completamente pueril.

É por isso que agradeço a oportunidade de estar aqui com vocês. Hoje, em todo o mundo, os demagogos apelam para nossos piores instintos. Teorias da conspiração outrora marginais estão se tornando dominantes. É como se a Era da Razão – a era do argumento probatório – estivesse terminando e, agora, o conhecimento tenha perdido a legitimidade e o consenso científico seja descartado. A democracia, que depende de verdades compartilhadas, bate em retirada e a autocracia, que depende de mentiras compartilhadas, avança a passos largos. Crimes de ódio se avolumam, assim como ataques assassinos a minorias étnicas e religiosas.

O que todas essas tendências perigosas têm em comum? Sou apenas um comediante e ator, não um acadêmico. Mas uma coisa está bem clara para mim. Todo esse ódio e violência está sendo facilitado por um punhado de empresas de internet que representam a maior máquina de propaganda da história.

A maior máquina de propaganda da história.

Pense nisso. Facebook, YouTube e Google, Twitter e outras – elas alcançam bilhões de pessoas. Os algoritmos dos quais essas plataformas dependem amplificam deliberadamente o tipo de conteúdo que mantém os usuários envolvidos – histórias que apelam para nossos instintos mais baixos e que causam indignação e medo. É por isso que notícias falsas superam notícias verdadeiras, porque estudos mostram que mentiras se espalham mais rápido que a verdade. E não é surpresa que a maior máquina de propaganda da história tenha espalhado a mais antiga teoria da conspiração da história – a mentira de que os judeus são de alguma forma perigosos. Como uma manchete afirmou: “Pense no que Goebbels poderia ter feito com o Facebook”.

Na internet, tudo pode parecer igualmente legítimo. Breitbart parece a BBC. Os fictícios Protocolos dos Sábios de Sião parecem tão válidos quanto um relatório da ADL [Liga Anti-Difamação] e os delírios de um lunático parecem tão críveis quanto as descobertas de um vencedor do Prêmio Nobel. Perdemos, ao que parece, um senso compartilhado dos fatos básicos dos quais a democracia depende.

Mas quando, graças às mídias sociais, conspirações se enraízam, é mais fácil grupos de ódio recrutar, mais fácil serviços de inteligência estrangeiros interferirem em nossas eleições e um país como Myanmar cometer genocídio contra os Rohingya [grupo étnico que pratica o islamismo e fala a língua rohingya, um idioma indo-ariano parente do bengali].

Em sua defesa, essas empresas de mídia social tomaram algumas medidas para reduzir o ódio e as conspirações em suas plataformas, mas essas medidas têm sido, na maior parte, superficiais.

Estou me manifestando hoje porque acredito que nossas democracias pluralistas estão em um precipício e que os próximos doze meses, e o papel das mídias sociais, podem ser determinantes. Os americanos votarão para presidente, enquanto trolls e bots virtuais  perpetuam a mentira nojenta de uma “invasão hispânica”. E depois de anos de vídeos no YouTube chamarem a mudança climática de “fraude”, os Estados Unidos estão prestes a, daqui a um ano, se retirarem formalmente dos Acordos de Paris. Um esgoto de teorias fanáticas e conspirações vis que ameaçam a democracia e nosso planeta – isso não pode ser o que os criadores da internet tinham em mente.

Não se trata de limitar a liberdade de expressão de alguém. Trata-se de dar às pessoas, incluindo algumas das pessoas mais repreensíveis do mundo, a maior plataforma da história para atingir um terço do planeta. Liberdade de expressão não é liberdade de alcance. Infelizmente, sempre haverá racistas, misóginos, antissemitas e abusadores de crianças. Mas acho que todos podemos concordar que não devemos dar a fanáticos e pedófilos uma plataforma gratuita para ampliar suas visões e atingir suas vítimas.

A Primeira Emenda [da Constituição americana] diz que “o Congresso não fará lei” restringindo a liberdade de expressão; no entanto, isso não se aplica a empresas privadas como o Facebook. Não estamos pedindo a essas empresas que determinem os limites da liberdade de expressão em toda a sociedade. Queremos apenas que sejam responsáveis ​​em suas plataformas.

Os Seis do Silício – todos bilionários, todos americanos –  [as seis pessoas que decidem quais informações o mundo recebe: Zuckerberg no Facebook, Sundar Pichai no Google, sua empresa-mãe Alphabet, Larry Page e Sergey Brin, a ex-cunhada de Brin, Susan Wojcicki no YouTube e Jack Dorsey no Twitter] se preocupam mais em aumentar a cotação de suas ações do que em proteger a democracia. Isso é imperialismo ideológico – seis indivíduos, jamais eleitos, no Vale do Silício impondo sua visão ao resto do mundo, fora do alcance de qualquer governo e agindo como se estivessem acima do alcance da lei. É como se estivéssemos vivendo no Império Romano, e Mark Zuckerberg fosse César. Pelo menos isso explicaria seu corte de cabelo.

Aqui está uma ideia. Em vez de deixar os Seis do Silício decidirem o destino do mundo, deixem nossos representantes eleitos, nos quais o povo votou, de todas as democracias do mundo, terem pelo menos algo a dizer.

Neste exato momento, ainda existem negadores do Holocausto no Facebook e o Google ainda direciona o usuário aos mais repulsivos sites de negação do Holocausto com um simples clique. Um dos diretores do Google me disse, por incrível que pareça, que esses sites só fazem mostrar “os dois lados” da questão. Isso é loucura.

Para citar Edward R. Murrow, “não se pode aceitar que, em toda história, haja dois lados iguais e lógicos de uma discussão”. Temos milhões de provas do Holocausto – é um fato histórico. E negá-lo não é uma opinião aleatória. Aqueles que negam o Holocausto pretendem incentivar outro.

Existe tal coisa como uma verdade objetiva. Fatos existem. E se essas empresas de internet realmente querem fazer a diferença, devem contratar monitores suficientes para realmente monitorar, trabalhar em estreita colaboração com grupos como a ADL, insistir nos fatos e eliminar essas mentiras e conspirações de suas plataformas.

Essas são as empresas mais ricas do mundo e elas têm os melhores engenheiros do mundo. Poderiam resolver esses problemas se quisessem. O Twitter poderia implementar um algoritmo para remover mais discursos de ódio supremacista branco, mas, alega não ter feito isso porque excluiria certos políticos de renome de sua plataforma. Talvez isso não seja algo ruim! A verdade é que essas empresas não mudam fundamentalmente porque todo o seu modelo de negócio depende de gerar mais engajamento, e nada gera mais engajamento do que mentiras, medo e indignação.   

É hora de enfim chamar essas empresas pelo nome certo – as maiores editoras da história. E aqui vai uma ideia para elas: respeitar padrões e práticas básicas, como jornais, revistas e noticiários de TV fazem todos os dias. Temos padrões e práticas na televisão e no cinema; há certas coisas que não se pode dizer ou fazer. Aqui nos EUA, a Motion Picture Association of America regula e classifica o que vemos. Eu tive cenas dos meus filmes cortadas ou reduzidas para obedecer a esses padrões. Se existem padrões e práticas definindo o que cinemas e canais de televisão podem mostrar, certamente as empresas que publicam material para bilhões de pessoas deveriam também respeitar os padrões e práticas básicos.

Vejam a questão da propaganda política. Felizmente, o Twitter finalmente a proibiu e o Google está fazendo alterações também. Mas se você pagar, o Facebook exibirá qualquer anúncio “político” que quiser, mesmo sendo mentira. E até lhe ajuda a direcionar essas mentiras a seus usuários para obter o efeito máximo. Sob essa lógica distorcida, se o Facebook existisse nos anos 1930, teria permitido a Hitler publicar anúncios de trinta segundos sobre sua “solução” para o “problema judaico”. Portanto, aqui está um bom padrão e uma boa prática: Facebook, comece a verificar anúncios políticos antes de publicá-los, interrompa imediatamente as mentiras micro direcionadas e, quando os anúncios forem falsos, devolva o dinheiro e não os publique.

Aqui está outra boa prática: reduza a velocidade. Nem toda postagem precisa ser publicada imediatamente. Oscar Wilde disse certa vez que “vivemos em uma época em que coisas desnecessárias são nossas únicas necessidades”. Mas ter todo pensamento ou vídeo postado instantaneamente online, mesmo que seja racista, criminoso ou assassino, é realmente uma necessidade? Claro que não!

O atirador que massacrou muçulmanos na Nova Zelândia [em março de 2019] transmitiu ao vivo sua atrocidade no Facebook, de onde se espalhou pela Internet e foi vista provavelmente milhões de vezes. Foi um filme “snuff” [gênero que mostra assassinatos reais sendo cometidos], trazido a você pelas mídias sociais. Por que não podemos ter um prazo maior para que essa imundície indutora de traumas possa ser apanhada e sustada antes de ser publicada?

A esta altura, ficou bem claro que não podemos confiar nessa gente [os Seis do Silício] para se autorregular. Como na Revolução Industrial, é hora de a regulamentação e a legislação coibirem a ganância dos barões e sua ladroeira de alta tecnologia. 

Em todas as outras indústrias, uma empresa pode ser responsabilizada quando seu produto está com defeito. Quando os motores explodem ou os cintos de segurança não funcionam, as empresas de automóveis recolhem dezenas de milhares de veículos, a um custo de bilhões de dólares. Parece justo dizer ao Facebook, ao YouTube e ao Twitter: seu produto está com defeito, você tem que corrigi-lo, não importa quanto custe e quantos moderadores você precise empregar.

Felizmente, empresas de Internet agora podem ser responsabilizadas por pedófilos que usam seus sites para atingir crianças. Eu digo, responsabilizemos essas empresas também por aqueles que usam seus sites para defender o assassinato em massa de crianças por causa de sua raça ou religião. E multas talvez nem bastem. Talvez seja hora de dizer a Mark Zuckerberg e aos CEOs dessas empresas: você já permitiu que uma potência estrangeira interferisse em nossas eleições, já facilitou um genocídio em Myanmar, se fizer de novo irá para a cadeia.

Afinal, tudo se resume a que tipo de mundo nós queremos. Nossas liberdades não são apenas um fim em si, são também os meios para outro fim – como se diz aqui nos EUA, o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Mas hoje esses direitos estão ameaçados por ódio, conspirações e mentiras.

O objetivo final da sociedade deve ser garantir que as pessoas não sejam alvejadas, assediadas e assassinadas por causa de quem são, de onde vêm, de quem amam ou como rezam.

Se esse for nosso objetivo – se dermos prioridade à verdade em vez de mentiras, à tolerância em vez do preconceito, à empatia em vez da indiferença e aos especialistas em vez de aos ignorantes – então, talvez, apenas talvez, possamos parar a maior máquina de propaganda da história, salvar a democracia, ter ainda um lugar para a liberdade de manifestação e de expressão e, o mais importante, um lugar onde minhas piadas ainda funcionem.

Muito obrigado a todos.

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Ato em frente à Cinemateca – Foto: Lauro Escorel

 

Foi realizado ontem (14/7) à tarde, em frente à sede da Cinemateca Brasileira (CB), na Vila Clementino, em São Paulo, outro ato promovido pelos movimentos SOS Cinemateca, SOS Trabalhadores da Cinemateca, Cinemateca Acesa e Cinemateca Viva, em protesto contra “a irresponsabilidade do governo federal diante do risco iminente de um desastre na Cinemateca Brasileira”. Os manifestantes deram um ABRAÇAÇO diante do prédio principal e foram feitas projeções de laser na parede de tijolos – depois da imagem de chamas crepitando um apelo em letras garrafais: “Não deixe nosso patrimônio virar CINZAS!” Até o momento, nenhuma medida concreta foi tomada, parecendo ter havido um retrocesso a partir da posse do novo secretário da Cultura, apesar da declaração do ministro do Turismo, feita há quinze dias, de que “nossa missão é restabelecer e dar vida nova à instituição. Juntos vamos superar esta fase.” Prossegue o duelo entre a gestora da CB, Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto – ACERP e a Secretaria Especial da Cultura; os trabalhadores continuam em greve e persiste a ameaça da tragédia anunciada. Alguns recursos, necessários para atender necessidades imediatas, estão sendo obtidos, mas a impressão que se tem é que o governo federal entrou no modo de quem não pretende fazer nada, conhecido pela expressão “deixa estar, para ver como é que fica.”

Em 4 de julho, a página do Cinemateca Acesa no Facebook exibiu O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, homenageando Leonardo Villar, falecido na véspera, vítima de parada cardíaca, aos 96 anos.

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Não Toque em Meu Companheiro (74’, 2020), de Maria Augusta Ramos, estreia hoje (15/7) nas plataformas de streaming NetNow, Oi Play, Vivo Play, FilmeFilme e Looke. O documentário subverte a expectativa de quem admira Justiça (2004) e Juízo (2007), filmes hoje clássicos de Guta Ramos, como ela é conhecida. O procedimento narrativo da diretora veio se alterando ao longo dos últimos treze anos, período em que realizou cinco longas-metragens, passando a admitir imagens de arquivo, gravações estritamente documentais fora de seu controle, uma palestra de Marilena Chaui e até uma entrevista de Luiz Gonzaga Belluzzo. A partir da demissão de 110 funcionários da Caixa Econômica Federal, ocorrida em 1991, Não Toque em Meu Companheiro arma um painel crítico amplo e diversificado das políticas neoliberais do governo Collor e do atual, indicando conexões existentes entre ambos.

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Me Cuidem-se! parte VI, de Bebeto Abrantes e Cavi Borges, já está disponível. É a última parte, depois da qual será iniciada a montagem do longa-metragem, a ser feito a partir do material das seis partes gravadas durante a pandemia.

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Em tempo de notícias falsas, torna-se oportuna a exibição a partir desta sexta-feira, 17 de julho, às 22h30, no canal Curta!, do documentário inédito  Operação Pedro Pan, de Kenya Zanatta e Mauricio Dias. Boato forjado e divulgado pela CIA, a Agência Central de Inteligência americana, no início da década de 1960, levou milhares de crianças e adolescentes a serem enviados por seus pais de Cuba para os Estados Unidos, em uma viagem sem volta. Seis décadas depois, Operação Pedro Pan recupera a experiência traumática de alguns desses e dessas jovens, separados de suas famílias de origem, para serem protegidos das ameaças imaginárias do comunismo cubano.

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Os quatro episódios da série Os Miseráveis (1925), de Henri Fescourt, destacam-se entre as novidades disponíveis na plataforma de streaming gratuita da Cinemateca Francesa.

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