Na edição deste mês da piauí, o jornalista americano David Frum analisa, no texto O atirador e o candidato a ditador, o impacto do atentado contra Donald Trump nas eleições americanas. “Os movimentos fascistas são religiões seculares. Como todas as religiões, oferecem seus mártires como prova da verdade”, escreve o jornalista. “O movimento pró-Trump aperfeiçoou a ideia: o próprio líder será o mártir principal, seu próprio sangue será a base da sua aspiração ao poder e à vingança.”
Para Frum, depois do atentado, Trump e seus seguidores passaram a usar uma “nova iconografia”, constituída pela orelha ferida, o rosto manchado de sangue e o punho erguido, para convocar os eleitores indecisos para a sua causa. Essa causa consiste em instalar Trump como um governante anticonstitucional, autorizado a desobedecer às leis comuns, conforme decisão de seus aliados na Suprema Corte.
O jornalista afirma que não é correto dizer que a violência política “não tem lugar” na sociedade americana. “Assassinatos, linchamentos, tumultos e pogroms mancharam cada uma das páginas da história política dos Estados Unidos. E isso continua sendo verdade até os dias de hoje”, diz. Nas eleições de 2016, e ainda mais na seguinte, em 2020, os apoiadores de Trump chegaram armados aos locais de votação para intimidar os opositores e os funcionários responsáveis pela contagem de votos. “Agora, Trump e seus apoiadores enxergam a legitimação da violência como peça fundamental de sua mensagem política na eleição de 2024.”
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