O brasileiro produz cada vez mais lixo – 1,52 milhão de toneladas por semana, o equivalente a quase sete navios de cruzeiro. Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe). Em 2010, foram gerados 66,69 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. Já em 2019, o descarte aumentou para 79,06 milhões de toneladas – 18,6% a mais. A produção de lixo plástico no Brasil também cresceu; no entanto, das 11,3 milhões de toneladas geradas, apenas 1,3% foram recicladas em território nacional. E de cada 72,7 milhões de toneladas de lixo coletadas, cerca de 29,5 milhões foram descartadas incorretamente, indo parar em aterros controlados ou lixões. O =igualdades desta semana analisa os dados sobre lixo no Brasil.
Em apenas uma semana, os brasileiros jogam no lixo o equivalente a quase sete navios de cruzeiro. No total, foi 1,52 milhão de toneladas de resíduos sólidos descartado semanalmente em 2019.
Das mais de 79 milhões de toneladas de lixo geradas em 2019, 72,7 milhões foram coletadas. Desse montante, 40% foi descartado incorretamente, ou seja, em aterro controlado ou lixão, que são prejudiciais ao meio ambiente. O destino adequado do lixo é nos aterros sanitários, pois possuem a impermeabilização adequada do solo e evitam que os líquidos contaminados do lixo cheguem aos lençóis freáticos.
O Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo, logo atrás dos Estados Unidos, China e Índia. No total, foram geradas 11,3 milhões de toneladas de plástico em 2019, mas apenas 145 mil são recicladas em território nacional, ou seja, 1,3%. No entanto, o Brasil está abaixo da média global de reciclagem plástica, que é de 9%.
Proporcionalmente, o estado que mais produziu lixo em 2019 foi São Paulo. No total, foram 498 kg de resíduos sólidos gerados por apenas um paulista durante o ano. Por outro lado, Santa Catarina, estado que menos produziu lixo, proporcionalmente, gerou 257 kg de resíduos sólidos por habitante, ou seja, quase a metade de São Paulo.
Mesmo sendo o maior estado do país em se tratando da área territorial, o Amazonas possui uma população de 4,2 milhões de habitantes – um quinto da população do estado de Minas, o segundo mais populoso do país, com 21 milhões de pessoas. Ainda assim, a média de produção de lixo por habitante amazonense é de 380,5 kg por pessoa, 17% a mais que a dos mineiros.
A situação também é preocupante no Rio de Janeiro, que registrou um aumento significativo no recolhimento de lixo na Baía de Guanabara durante a pandemia. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), entre junho e setembro de 2020, foram coletadas 697 toneladas de resíduos orgânicos da Baía – isso equivale ao peso de 44 ônibus urbanos vazios.
Mesmo com o número alarmante de descarte incorreto, o total de municípios com coleta seletiva aumentou 29% entre 2010 e 2019. 73% das cidades brasileiras já possuem esse tipo de coleta, no entanto, ela ainda não cobre a totalidade dos municípios e ocorre de forma incipiente.
Fontes: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020 da Abrelpe; Atlas do plástico 2020 da Fundação Heinrich Böll; WWF Brasil