Desde o começo da pandemia até janeiro de 2021, o estado do Amazonas recebeu 511 mil comprimidos de hidroxicloroquina e difosfato de cloroquina enviados pelo Ministério da Saúde. O medicamento, que não tem eficácia comprovada no combate à Covid, foi tratado como prioridade pelo governo federal. Nesse mesmo período, o Ministério enviou apenas 162 mil testes rápidos de Covid para o Amazonas. Ou seja: o estado brasileiro que mais sofreu com a pandemia recebeu três vezes mais cloroquina do que testes.
Os remédios foram enviados para o Amazonas em vários lotes. Dos 511 mil comprimidos, 130 mil chegaram ao estado em janeiro de 2021, quando Manaus atravessava o momento mais dramático da pandemia, com recorde de mortos e falta de oxigênio nos hospitais. A conduta do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello na crise de Manaus virou objeto de inquérito da Polícia Federal, que investigará se as atitudes tomadas pelo general contribuíram para aumentar o número de vítimas na capital amazonense.
Fontes: Dados abertos do governo federal.