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questões do futebol

Apresentação

| 16 fev 2016_20h10
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Quando eu tinha entre 5 e 6 anos, meu pai procurava incentivar meu gosto pela bola, trazendo para casa, semanalmente, uma publicação chamada – que, apesar do nome genérico, tratava exclusivamente de futebol.

Eu não sabia ler, mas queria me aprofundar no assunto. Comecei a juntar fotos com sílabas e, ao perceber que o nome do Pelé começava do mesmo jeito que o nome do Pepe e que o nome do Didi começava do mesmo jeito que o nome do Dida, vi que ali tinha coisa. Também dei sorte, claro: naquela época os jogadores não se chamavam Weverton, Sheslon, Walisson, Richarlyson, Acleisson ou Keirrison. Daí que, quando fui fazer meu teste para ingressar no primário do Colégio Padre Antônio Vieira, meus pais foram surpreendidos pela informação da professora Vera Werneck: o seu filho já sabe ler.

Cresci na Lauro Muller, em Botafogo, uma rua tão perto da Praia Vermelha quanto da Praia do Leme. E cansei de torcer para não fazer sol no fim de semana, porque o que eu queria mesmo era aproveitar os campos de pelada que sempre existiram – e ainda existem – naquele cantinho da Zona Sul com jeitão de subúrbio. Gostar de praia foi algo que só aconteceu quando passei a me interessar pelas meninas. Falar nisso, comecei a namorar a mãe dos meus filhos no Maracanã, no primeiro jogo da decisão da Libertadores de 1981, entre Flamengo e Cobreloa.

Com tanta presença do futebol em minha vida, meio que à lá Nick Hornby em Febre de Bola, os mais apressados poderiam sugerir: eis aí um cara que entende do assunto. Que nada. Porque essa foi uma das coisas que aprendi: de futebol, gosta-se mais ou gosta-se menos. Acompanha-se mais ou menos. Mas, entender mesmo, no duro, ninguém entende.

Por isso, essa é a proposta: fazer um blog descompromissado, como se estivéssemos – quem escreve e quem lê – sentados à mesa de um botequim, rindo hoje e sofrendo amanhã, brincando, discutindo, reclamando dos bandeirinhas, metendo o pau nos técnicos, elogiando a gandula do Botafogo, pegando no pé dos comentaristas televisivos, garantindo que ôôôô, Obina é melhor que Eto’o.

Escolham o que cada um vai beber, cubram a mesa de tira-gostos e bola pro mato que o jogo é de campeonato. 

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