O Auxílio Emergencial, implementado em abril para reduzir os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19, beneficia desempregados ou trabalhadores informais com renda familiar de até três salários mínimos. Mas a falta de fiscalização e erros na base de dados resultaram em irregularidades no pagamento desse benefício. Segundo o Tribunal de Contas da União, os pagamentos indevidos do auxílio emergencial chegam a R$ 42 bilhões. Esse valor é suficiente para bancar por onze anos a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que completa cem anos em 2020.
Segundo um relatório do TCU, haveria cerca de 60,4 milhões de beneficiários elegíveis ao auxílio emergencial – com base na estimativa realizada com base na Pnad Contínua de 2019. Com a inclusão de mães solo, responsáveis sozinhas pelo sustento dos filhos, o número chega a 60,5 milhões de pessoas. Até agosto, a quantidade de cadastros considerados elegíveis ao auxílio processados pela Dataprev atingiu o montante de 66,9 milhões. Isso significa que 6,4 milhões de pessoas receberam indevidamente o benefício, o que representa 9,6% do público-alvo.