Para tentar se eleger prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições deste ano, um mar de candidatos escolheu aparecer nas urnas com uma palavra específica ao lado de seus nomes: “pastor(a)”. Ao todo, 4,4 mil pessoas se lançaram candidatas recorrendo a essa alcunha de caráter religioso, geralmente associada a líderes de igrejas evangélicas. É um salto de mais de 30% na comparação com a eleição municipal de 2016, quando 3,3 mil candidatos se disseram pastores, pastoras ou até mesmo filhos e esposas de pastores para disputar o pleito.
Desse universo de 4,4 mil candidatos, a imensa maioria – mais precisamente 4,2 mil – disputa o cargo de vereador. Estão espalhados por 28 partidos. A legenda que concentra a maior quantidade de pastores e pastores é o Republicanos (ex-PRB), partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e que abriga lideranças evangélicas de peso, como o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (REP-RJ), e o deputado federal Marcos Pereira (REP-SP), atual vice-presidente da Câmara. O Republicanos tem 358 candidatos com a alcunha de pastor ou pastora concorrendo às eleições deste ano. Em seguida vem o PSC, com 311 pastores e pastoras disputando a eleição, e o PSD, com 280.
Apesar da profusão de candidaturas religiosas, poucos candidatos declaram o sacerdócio como profissão ou ocupação principal. Apenas 895 candidatos no país inteiro o fizeram este ano, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2016, só 773 se declararam como sacerdotes ou membros de uma ordem religiosa.
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE).