“Nunca vivi nada tão perigoso em termos de alastramento como agora”, diz o diplomata Celso Amorim sobre a escalada da violência entre Israel e Hamas. Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, ele participa das negociações do governo Lula com países do Oriente Médio para tirar brasileiros da Faixa de Gaza. Na piauí deste mês, Ana Clara Costa faz o perfil de Amorim, que depois de atuar como ministro das relações exteriores de Itamar Franco durante um ano e meio, serviu também como ministro de Lula por oito anos, tornando-se assim o chanceler mais longevo da história, superando o Barão do Rio Branco.
Nos seus anos como chanceler – e até os dias de hoje –, o objetivo de Amorim é dar ao Brasil um papel de destaque nos grandes temas geopolíticos, mesmo naqueles em que o país não tem interesses diretos. “A gente não pode representar o Brasil como ele é. A gente tem que representar o Brasil como ele pode ser, como ele deve ser”, afirma.
No Brasil, entretanto, há quem diga que Amorim está sendo vítima de seu próprio êxito porque ninguém, pelo menos entre os diplomatas menos experientes, sente-se à vontade para confrontá-lo sobre alguma ideia ou decisão. “Ninguém vai dizer: ‘Celso, não estou convencido disso’”, conta um diplomata. Apesar das críticas, outro interlocutor que presenciou muitas interações entre Lula e Amorim diz que o ex-chanceler é hoje uma peça fundamental do governo.
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