Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro abriu o cofre do governo para o Congresso: de janeiro a outubro, liberou R$ 17,4 bilhões em emendas parlamentares, o maior valor desde 2015. É mais que o dobro do que foi pago no mesmo período de 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro. Apesar da retórica do presidente contra a “velha política”, pouca coisa mudou nessa frente: os grandes partidos continuam recebendo a maior fatia do bolo. Este ano, MDB, PT, PP, PSDB e PSD concentraram, juntos, metade de todo o dinheiro que o governo pagou em emendas. Juntos, esses cinco partidos movimentaram R$ 3,6 bilhões.
Emendas parlamentares são propostas feitas por deputados e senadores – e também por bancadas temáticas do Congresso – para redirecionar verbas do Executivo para determinada área ou programa. São recursos que servem tanto para suprir necessidades emergenciais – como tem sido o caso da pandemia – quanto para atender a demandas regionais dos parlamentares, que ganham peso em anos eleitorais. É o caso de 2020.
Mas há também outros fatores que engordam a conta das emendas. Este ano, o governo triplicou o pagamento de emendas destinadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional. A pasta, que hoje está nas mãos de Rogério Marinho, recebeu R$ 3,3 bilhões em emendas propostas no Congresso. Boa parte desse dinheiro foi parar em obras e projetos de infraestrutura. Em 2019, de janeiro a outubro, o ministério teve apenas R$ 1,1 bilhão à disposição em emendas.
Fonte: Senado Federal.