Durante o debate na Globo, o último antes do primeiro turno e o de maior audiência, o candidato mais citado no Twitter foi Ciro Gomes. Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos, o pedetista ficou à frente tanto de Fernando Haddad quanto de Jair Bolsonaro – que se ausentou do debate, mas teve entrevista transmitida na Record ao longo da primeira meia hora do embate entre os candidatos. Segundo levantamento da rede social, Ciro foi o mais mencionado, seguido de Bolsonaro. Guilherme Boulos, foi o terceiro presidenciável mais comentado da noite, atrás de Ciro e Bolsonaro. Haddad ficou em quarto lugar.
Às 22 horas de quinta-feira, quando o debate começou, Bolsonaro liderava as citações na rede social e continuou assim até por volta das 22h40, depois que acabou sua entrevista na Record. A partir de então, Ciro Gomes, terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos, superou os rivais e passou a ser mais citado. Ausente do debate, o candidato do PSL foi lembrado com frequência pelos presidenciáveis. Após o término do embate entre os candidatos, o ex-capitão voltou ao topo das citações no Twitter, no início da madrugada, por volta das 2 horas.
O grupo que geralmente impulsiona a discussão sobre Ciro no Twitter – como se observa em levantamentos da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas – é um que costuma se unir contra o candidato do PSL, dono da maior rejeição da disputa. Para parte desse grupo, o candidato do PDT seria a melhor opção contra Bolsonaro, porque ele não “polariza” com o adversário tanto quanto o candidato petista. Quando a rejeição de Haddad deu um salto de 11 pontos na pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira, 1º de outubro, o grupo voltou a mencionar Ciro como alternativa. Essa narrativa se intensificou até ele ser o mais comentado na rede social durante o debate, e se tornar o segundo presidenciável mais falado durante a última semana de campanha do primeiro turno, atrás apenas de Jair Bolsonaro.
O momento de popularidade de Ciro Gomes nas redes também pode ser notado em seu perfil no Facebook. A última semana da disputa presidencial é a melhor do candidato em termos de engajamento nessa rede. Ao todo, o pedetista teve 1,6 milhão de interações em sua página. Isso o coloca à frente de Haddad, por exemplo. Ele continua atrás do candidato do PSL, com mais de 11 milhões de interações. João Amoêdo, do Novo, também está à frente, com 3 milhões de interações. No Google Trends, a realidade desta semana é mais parecida com a das pesquisas de intenção de votos: Bolsonaro lidera, seguido de Haddad e Ciro. O ex-capitão, no entanto, é 5,5 vezes mais buscado que o candidato petista e 8,6 vezes mais buscado que o candidato do PDT.
Haddad entrou oficialmente na disputa há menos de um mês, quando foi registrado como o candidato do PT, em 11 de setembro. Não demorou para o petista assumir o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos. No entanto, nos debates presidenciais, Haddad não empolga tanto quem comenta as discussões no Twitter. O primeiro debate do qual participou foi o da TV Aparecida, em 21 de setembro. Desde então, participou de outros três, incluindo o da Globo. Em nenhum deles foi o mais comentado – ficou atrás de Cabo Daciolo, do Patriotas em dois deles, na Record e no SBT, e de Ciro Gomes em outros dois, no da TV Aparecida e no da Globo.
Os responsáveis pelos momentos mais comentados do debate da Globo foram dois candidatos que variam entre não pontuar e 2% de intenções de voto: Guilherme Boulos, do PSOL, e Álvaro Dias, do Podemos. Dias foi atração no início do programa, quando gastou o tempo da pergunta comentando que estava “feliz” por conhecer o apresentador William Bonner, e que ia enviar um bilhete a Lula, preso em Curitiba, pois ele seria “o verdadeiro candidato do PT”. Outro momento que chamou a atenção no debate foi o discurso de Boulos contra a ditadura, numa troca com o candidato petista.