Um conjunto de contos góticos brasileiros do século XIX foi reunido no livro Tênebra: Narrativas Brasileiras de Horror (1839-1899), organizado por Oscar Nestarez e Júlio França (editora Fósforo). Boa parte dos autores faz parte do cânone da literatura brasileira, como Machado de Assis, Cruz e Sousa, Júlia Lopes de Almeida e Bernardo Guimarães. Na piauí deste mês, o escritor Samir Machado de Machado analisa o livro, que, segundo ele, “é um baú de tesouros repleto de maníacos, bruxas demoníacas, ciúmes doentios, padres tarados, freiras cruéis, curupiras traiçoeiros, mulas sem cabeça, fantasmas e, o mais brasileiro dos horrores, o senhor de escravos”.
Machado também examina por que a literatura brasileira de entretenimento foi colocada tão em segundo plano pela crítica no país. “Pensar o entretenimento pelo ponto de vista brasileiro é importante como forma de repensar a nossa identidade”, defende ele. “Equivale a discutir nossos problemas sem precisar importar o vocabulário de outras sociedades. No caso do horror perde-se, por exemplo, ‘a capacidade de compreender o potencial fóbico dos espaços narrativos brasileiros’, como colocam Nestarez e França” no prefácio de Tênebra.
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