O Ministério do Meio Ambiente apresentou na semana passada um plano de combate ao desmatamento. Para executar o plano, porém, terá de enfrentar a herança ambiental catastrófica do último governo. Sob Bolsonaro, a Amazônia teve uma média anual de desmatamento de 11,4 mil km² – maior aumento proporcional em relação ao mandato anterior, mostram dados de um relatório realizado pelo Observatório do Clima. Enquanto isso, as multas aplicadas pelo Ibama caíram 35%. O =igualdades desta semana detalha os quatro anos de desmonte ambiental sob Jair Bolsonaro.
A média anual de desmatamento da Amazônia sob Jair Bolsonaro foi de 11,4 mil km², contra 7,2 mil km² nos quatro anos anteriores, sob o governo de Dilma e Temer. Ou seja, durante o governo de Bolsonaro, foram derrubados 45,6 mil km² na Amazônia, área equivalente ao estado do Rio de Janeiro.
A média anual de liquidação orçamentária do Ministério do Meio Ambiente sob Bolsonaro foi a menor já registrada nos últimos seis governos. Foram R$ 2,56 bilhões gastos por ano. Já no governo Temer, uma média de R$ 3,21 bilhões, e no governo Dilma 2, de R$ 3,42 bilhões.
O Ibama tem um déficit de 956 analistas ambientais, já o ICMBio, de 608. Somando todas as funções (analista ambiental, analista administrativo, técnico ambiental, auxiliar administrativo e técnico administrativo), o Ibama, o ICMBio, o Serviço Florestal e o Ministério do Meio Ambiente têm 4.100 vagas desocupadas e 4.914 ocupadas.
Enquanto houve um aumento do desmatamento, as autuações ambientais aplicadas pelo Ibama tiveram considerável diminuição. No governo Bolsonaro, teve uma média de 4,7 mil multas aplicadas anualmente. Já no segundo mandato de Dilma Rousseff e no governo Temer, a média foi de 7,2 mil multas aplicadas pelo órgão.
Três operações realizadas pelas Forças Armadas na Amazônia entre 2019 e 2021 com o objetivo de reduzir o desmatamento, mas que na verdade não conseguiram diminuir os indicadores, custaram cerca de R$ 550 milhões para a União. Com esse valor, seria possível pagar um ano de Bolsa Família para mais de 76 mil famílias. Apenas em Roraima, tem 66,6 mil famílias beneficiárias do programa.
As invasões em terras indígenas bateram recordes sob o governo Bolsonaro. De 2019 a 2021, foram registradas 824 invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio.
Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG), mostram que, em 2021, o país emitiu 2,42 bilhões de toneladas brutas de CO2 equivalente. Isso representa um aumento de 12% em relação a 2020, quando houve a emissão de 2,16 bilhões de toneladas. Essa alta foi alavancada pelas emissões por desmatamento da Amazônia.