Na quinta-feira, 23 de julho, a americana Science, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, publicou o maior estudo de sequenciamento do genoma do Sars-CoV-2 na América Latina. Desenvolvido por um grupo de cientistas de quinze instituições de pesquisa brasileiras, lideradas pela USP, em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, o estudo fez um mapeamento do vírus combinando os dados genômicos e epidemiológicos com a movimentação das pessoas pelo país e as medidas de intervenção, como isolamento social, para entender o processo de transmissão, dispersão e espalhamento da Covid-19 por aqui. O estudo mobilizou 78 cientistas brasileiros e estrangeiros. Um deles é o cearense Darlan Cândido, doutorando em Zoologia na Universidade de Oxford. Ele faz parte do grupo coordenado pelo português Nuno Faria, que, com base no sequenciamento do genoma do vírus feito no Brasil, se ocupou de analisar como a doença entrou e se espalhou pelo país.
Quando conversei com Cândido, na última quinta-feira, ele estava eufórico. Para ele e seus pares, ter tido a pesquisa publicada na Science, sonho de todo cientista, foi um tremendo reconhecimento. Para Cândido, o feito teve dimensão ainda maior. Nascido em Quixeramobim, no interior do Ceará, em uma família de classe média baixa, Cândido, de 28 anos, nunca imaginou que pudesse chegar tão longe. Seu pai morreu quando ele tinha 15 anos e, a partir daí, com a queda na renda familiar, a vida virou dureza. O jovem passou, então, a se dedicar febrilmente aos estudos. Sabia que só dessa forma conseguiria realizar o sonho de entrar no curso de farmácia na Universidade Federal do Ceará, que, afora a excelência, era gratuito, condição fundamental para que ele pudesse frequentar um curso superior. Em 2009, aos 17 anos, ele comemorou sua entrada para UFC. Foi o único estudante de sua cidade aprovado lá. Três anos depois, em 2012, sua vida acadêmica daria um salto. Conseguiu uma bolsa de estudos para os Estados Unidos no programa Ciência sem Fronteiras do governo federal. Lá, cursou duas universidades: a de Wisconsin e a da Califórnia. Voltou ao Brasil um ano depois, para terminar seu curso de farmácia, em 2014. “Já estava bom demais para mim”, disse. “Eu achava que dali eu voltaria para Quixeramobim para exercer a profissão de farmacêutico.”
Mas a vida mudou de rumo novamente. Em 2015, seguiu para um mestrado no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, para estudar a doença de Chagas. Foi na USP que ele conheceu a pesquisadora Ester Sabino, do Instituto Adolfo Lutz, do Instituto de Medicina Tropical da mesma faculdade, e passou a colaborar com ela no estudo do mal de Chagas. Nessa época, Sabino e mais um grupo de cientistas brasileiros, em parceria com a Universidade de Oxford, já começara a trabalhar no mapeamento do genoma do vírus da zika. A epidemia se espalhara principalmente pelo Nordeste do Brasil, e os cientistas precisavam entender a nova doença. Para isso, um grupo de pesquisadores percorreu a costa nordestina colhendo amostras de crianças infectadas para mapear o código genético da doença. Para a análise desses dados, iniciaram uma parceria com a Universidade de Oxford, e criaram o Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus, o Cadde. Além da zika, o grupo passou a sequenciar o genoma de outras doenças tropicais como chicungunha e febre amarela, todas transmitidas por mosquitos.
Foi graças à experiência acumulada no mapeamento dessas doenças que esse grupo de cientistas conseguiu, apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso brasileiro de infecção pelo coronavírus, em fevereiro deste ano, sequenciar o genoma do coronavírus que chegou ao Brasil. Para se ter uma ideia do feito desses cientistas, no mundo todo, em média, os grupos de pesquisa estavam levando cerca de quinze dias para conseguir fazer o sequenciamento que, no Brasil, foi liderado pelas pesquisadoras Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus. “Nós estávamos cheios de reagentes para zika, chicungunha e febre amarela, e tivemos que virar totalmente a chave para o coronavírus”, disse à piauí Nuno Faria, coordenador do Cadde, em Oxford. “Mas como já sabíamos como fazer a coleta e o sequenciamento das amostras, colocamos o time imediatamente em campo para fazer a pesquisa.” Foi em Oxford que Darlan Cândido conheceu Faria. Em mais uma virada na sua vida, Cândido, em 2017, conseguira uma bolsa para estudar doenças do coração na Universidade de Oxford. Não gostou do que fazia e procurou Faria. Descobriram que tinham um elo em comum, a professora Ester Sabino. Faria tornou-se seu orientador, e imediatamente passaram a trabalhar juntos no projeto Cadde.
Além dos 78 cientistas diretamente ligados à investigação do genoma do coronavírus brasileiro, mais outros setenta colaboraram na coleta das amostras pelo país, em locais e períodos de tempo diferentes, o que demandou uma grande logística até que todas fossem levadas para serem analisadas no Rio e em São Paulo. Os cientistas no Brasil, das universidades federais do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e da Unicamp, liderados pela USP, ficaram responsáveis pelo sequenciamento do genoma, enquanto os de Oxford se debruçaram no estudo de como o vírus se espalhou pelo Brasil.
O sequenciamento do genoma do novo coronavírus foi feito com 427 amostras colhidas de pacientes positivos para SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e Sars-CoV-2, entre os meses de março e abril, em 85 municípios brasileiros, em 21 estados. A pesquisa identificou três principais linhagens – ou cepas – do vírus que contaminou os brasileiros, concluindo que o vírus que chegou ao Brasil por volta de 25 de fevereiro foi trazido por pessoas vindas da Europa, e que entraram no país por três áreas diferentes: a primeira, São Paulo, a segunda, Rio de Janeiro, Minas Gerais e também São Paulo, e, a terceira, o Ceará. Pela data, foi possível estimar que o vírus chegou durante o Carnaval. Além dessas três linhagens determinantes, outras cem linhagens também entraram no país, mas o nível de infecção por elas foi quase insignificante. Os cientistas não apontam exatamente de que países da Europa vieram esses vírus, já que uma pessoa infectada pode ter passado por diferentes países, o que dificulta a identificação do exato local de contaminação. Mas, segundo eles, uma coisa é certa: por suas características, não há nenhuma possibilidade de o vírus que aportou no Brasil ter vindo da China.
“A importância de se ter todos esses dados combinados é que eles vão ajudar não só no processo de descoberta de uma vacina mais apropriada para o tipo de vírus que chegou ao Brasil, como também na confecção de testes específicos para detecção do vírus entre brasileiros”, explicou Darlan Cândido. Afora isso, dados como esses permitirão, em caso de novas pandemias ou epidemias, entender de quais os países na Europa há uma movimentação maior para o Brasil, e quais as maiores portas de entrada no país, de forma a se adotar medidas preventivas antes que a doença se espalhe.
O genoma do vírus é seu o código genético, ou seja, a sua característica. É o que determina como ele é. Em cada organismo infectado, o vírus pode sofrer mutações. O método de sequenciamento nada mais do que é de identificar todas as partes do vírus e entender onde houve mutação. Ou seja, o vírus vindo da China tem características próprias diferentes das do vírus na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, porque teve mutações diferentes. Por isso, é possível afirmar que o vírus brasileiro veio da Europa, pois não possui a mesma linhagem do vírus chinês. No caso brasileiro, através das amostras das 427 pessoas infectadas, é possível saber como o vírus se movimentou aqui dentro. Se, por exemplo, o vírus que contaminou uma pessoa na Bahia tiver as mesmas características do que contaminou alguém em São Paulo, é possível concluir que esta pessoa ou esteve em São Paulo, ou teve contato com algum contaminado de São Paulo. A identificação se dá basicamente pela similaridade, embora para se chegar a essa conclusão sejam precisos vários estudos matemáticos.
Fazer o sequenciamento genético de 427 amostras de vírus em apenas dois meses, segundo o coordenador da pesquisa, Nuno Faria, foi uma vitória para a ciência brasileira. O vírus da zika, que está sendo mapeado desde 2015 por este mesmo grupo de pesquisadores, tem quinhentos genomas mapeados. Essas 427 amostras são o maior número colhido por um país latino-americano em tão curto espaço de tempo. Hoje, no mundo, existem 60 mil mapeamentos, o que revela o aumento da capacidade técnica de se fazer os sequenciamentos. Outra característica importante desse mapeamento brasileiro é o fato de ter abrangido vários estados em diferentes espaços de tempo, pois isso foi o que permitiu reconstruir e entender o processo de transmissão e dispersão do vírus.
Darlan Cândido disse que, na visão do grupo, a introdução do vírus no Brasil é subestimada. Quando fizeram a pesquisa, o país tinha 80 mil infectados. Hoje são mais de 2 milhões, o que significa que deve haver novas linhagens diferentes das já pesquisadas. A entrada do vírus no país por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará ocorreu, segundo o estudo, porque são os estados mais conectados com outros países por voos internacionais. Essas entradas de três diferentes linhagens que levaram à transmissão maior no Brasil, que os cientistas chamam de clado, mostram que cada grupo de sequência pertencia a uma mesma introdução, ou seja, a uma região muito semelhante. Concluiu-se que o primeiro clado entrou por São Paulo, mas foi o segundo, o que entrou pelo Rio, Minas e também São Paulo, a matriz para o espalhamento do vírus pelo país. Já a terceira linhagem, que entrou pelo Ceará, ficou restrita àquele estado.
Exatamente por isso, o caso do Ceará ainda está sendo estudado pelos cientistas do Cadde. Cândido disse que, embora ainda não tenha sido possível cravar as razões desse comportamento, algumas hipóteses estão sendo levantadas. Uma delas é o fato de o estado ter sido o primeiro a adotar medidas para conter a disseminação do vírus. Um estudo feito por quatro pesquisadoras da Escola de Governo Blavatnik, em Oxford, entre elas a brasileira Beatriz Kira, levantou as políticas adotadas pelos governos estaduais e municipais para conter a doença em oito capitais. As pesquisadas foram Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Esse levantamento concluiu que o governo do estado do Ceará agiu muito rapidamente para controlar a doença. No dia 16 de março, um dia depois de o primeiro caso ser confirmado no estado, o governador Camilo Santana publicou um decreto declarando estado de emergência de saúde, estabelecendo uma série de medidas para conter o vírus. O decreto determinava a suspensão de eventos públicos com mais de cem pessoas, o cancelamento de todas as atividades que pudessem levar a aglomerações e o fechamento de todas as escolas e universidades estaduais. Além disso, nos dias que se seguiram, ele adotou medidas adicionais de distanciamento social, exigindo o fechamento de todos os serviços não essenciais, como bares, restaurantes, academias, lojas e museus, e também suspendendo as atividades de igrejas e outras instituições religiosas. O Ceará, de acordo com o estudo da Blavatnik, foi um dos primeiros estados a impor restrições à indústria, abrindo exceções para empresas produtoras de bens essenciais, como produtos farmacêuticos, limpeza, alimentos, água e energia. As medidas, válidas para todos os municípios do estado, ficaram em vigor até 31 de maio.
Outro fator importante no caso cearense, segundo a mesma pesquisa, foi a comunicação clara do governo com a população. Desde o começo de março, o governador Camilo Santana alertava a população sobre a importância de ficar em casa. Ao mesmo tempo, a agência reguladora de transportes do estado suspendeu todos os trens urbanos a partir de 21 de março, e todos os ônibus interurbanos a partir do dia 23. Também houve controle dos voos internacionais, já que muitas companhias realizam voos principalmente entre Fortaleza e capitais europeias. Em 22 de março, uma decisão judicial permitiu o estado fazer a triagem de passageiros de voos domésticos e internacionais. A justiça também apoiou a decisão do governador de monitorar a temperatura dos passageiros que desembarcavam no aeroporto. Em 5 de maio, novas medidas mais rígidas de distanciamento foram adotadas em Fortaleza.
Os cientistas ligados ao sequenciamento do genoma do coronavírus ainda não fizeram a relação dessas medidas de distanciamento com o comportamento do vírus que chegou ao Ceará. “É certo que a linhagem do vírus cearense não se espalhou para o resto do Brasil. Mas não está claro ainda do porquê de isso não ter acontecido”, me disse Cândido. Esse é um dos estudos a que o grupo irá se dedicar mais à frente. Já as linhagens que começaram a circular no Sudeste se espalharam depois de 21 de março a outros estados do Brasil. Também ficou claro no estudo do grupo do Cadde que, a partir de 21 de março, o vírus que se espalhou para os outros estados pertencia à cepa da região Sudeste e já não tinha mais relação com entradas do exterior.
O que está claro na pesquisa é a forma como o vírus se espalhou do Sudeste para o resto do Brasil. Ao invés de ficar contido nos estados vizinhos, o vírus migrou para as regiões mais distantes, como Nordeste e Norte. Isso se deu, segundo os pesquisadores, porque os voos de curta distância foram muito reduzidos, já que as pessoas passaram a dar preferência às viagens de carro. Já os voos com mais de 2 mil quilômetros de distância continuaram sendo utilizados, levando um maior número de pessoas da região Sudeste, onde o vírus chegou, a transmitir a doença para os estados mais distantes. “Fica muito fácil perceber a rota da doença através do país depois de 21 de março. Foi a partir daí que o vírus começou a se dispersar pelo país”, disse Cândido. “Controlou-se a transmissão a curta distância, mas não a de longa distância.”
O estudo também mostra que as medidas de isolamento social foram cruciais para conter a contaminação. Quando o vírus chegou ao Brasil, a contaminação se dava de uma pessoa para três. A partir do momento em que os estados começaram a adotar medidas de distanciamento social, com fechamento de escolas e de atividades não essenciais, a contaminação caiu para 1,6 pessoas. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores de Oxford fizeram o levantamento de todos os decretos e medidas adotadas pelos estados e municípios e cruzaram os dados com a evolução dos números da doença. Verificou-se que as medidas tiveram impacto positivo. “Não há dúvida de que essas medidas de isolamento social foram fundamentais para conter a transmissão da doença”, reforçou Cândido.
Uma das responsáveis pelo levantamento de como os governos estaduais e municipais dos 21 estados onde foi feita a coleta de amostras vêm se comportando durante a pandemia é Andreza Souza Santos, diretora do Centro de Estudos Brasileiros em Oxford. Seu trabalho tem sido acompanhar os diários oficiais das 21 unidades da federação e dos municípios para saber os atos que estavam sendo baixados, tais como distanciamento social, fechamento de escolas e de atividades não essenciais e restrição de locomoção. O trabalho é hercúleo. O levantamento está sendo feito nos 5.570 municípios brasileiros. “Concluímos que, sem dúvida, sem as medidas de controle, a doença teria se espalhado numa velocidade muito maior pelo Brasil”, disse ela numa conversa por telefone com a piauí.
Diante dos resultados, os pesquisadores não escondem a apreensão com a suspensão ou afrouxamento das medidas de isolamento social. Segundo os pesquisadores, os países que tiveram o melhor resultado no controle do vírus foram aqueles cujos governos federal, estaduais e municipais agiram de forma coordenada e organizada. Nesses países, havia também um discurso único e claro – o que ajudou a população a entender a gravidade do problema e a respeitar as medidas –, uma política de rastreamento de contato para saber de onde estaria partindo a contaminação, além de muito investimento em pesquisa. No Brasil, o discurso dúbio do governo federal, principalmente o do presidente Jair Bolsonaro, contra o isolamento e incentivando as pessoas a irem para as ruas, atrapalhou muito, pois levou parte da população a não se proteger. Ainda assim, nos primeiros meses, os governadores trabalharam alinhados, o que resultou em medidas similares.
O problema agora é que a abertura está se dando de forma descoordenada, com cada estado e cada município se comportando de maneiras diferentes. O resultado é que, ainda que um município mantenha as medidas de segurança, se o município vizinho decidir abrir sem controle as atividades não essenciais, é provável que acabe contaminando outras cidades.
É claro que é difícil controlar a população, principalmente de um país com as dimensões do Brasil e situações tão distintas. No entanto, se houvesse um discurso unificado, os estados e municípios poderiam adotar algumas medidas básicas em comum. Essa descoordenação ajuda a explicar o fato de que, embora o Brasil tenha adotado o isolamento mais cedo do que o Reino Unido, hoje a doença lá está muito mais controlada do que aqui. No Reino Unido, mesmo com a reabertura, os clientes dos estabelecimentos têm a temperatura medida e são obrigados a deixar nome, endereço e a hora de entrada no local para que, em caso de alguma contaminação, as pessoas que passaram por ali possam ser avisadas.
Os cientistas não têm dúvidas de que essa abertura descoordenada terá consequências. Provavelmente o país acabará tendo mais vítimas, além de ter que lidar mais tempo com a doença do que os que adotaram e cumpriram as medidas de segurança. “No Brasil, o desfecho será diferente, já que cada município está tomando ações diferentes”, disse Andreza Souza Santos. A mesma coisa em relação ao isolamento. “Quando há uma resposta de forma conjunta, ela é muito mais eficiente. Se uma pessoa fica em casa e a outra resolve sair, ela vai continuar pondo em risco a que ficou em casa.”
Outro movimento detectado recentemente, e que por isso ficou fora da pesquisa, é o aumento da doença nas cidades do interior. As grandes cidades foram as primeiras a relatar os casos. Agora, o vírus começou a migrar para as cidades em que a população está mais suscetível, por ter poucos casos. A tendência no Brasil, disse Cândido, pela falta de cuidados e do discurso unificado, será a doença ficar migrando de um local para outro.
No sábado, dia 25, voltei a conversar com Cândido. Ele confessou que ainda estava atordoado com fato de ver um trabalho do qual havia participado estampado na Science, revista referência dos cientistas. Quando o artigo foi publicado, Cândido se transformou numa espécie de porta-voz do grupo de pesquisadores e passou o dia concedendo entrevistas para vários veículos de comunicação, entre eles o Jornal Nacional, da TV Globo. “Imagina o que não significa para mim, de Quixeramobim, interior do Ceará, vir parar em Oxford, ser publicado na Science e acabar no Jornal Nacional”, brincou. Lembrei que havia uma música que falava em Quixeramobim. De pronto, ele cantarolou o verso da canção Até o fim, de Chico Buarque. “Mamãe falou que eu faço um bruto sucesso/em Quixeramobim.” Perguntei se era verdade. Ele gargalhou.