Existe uma geração de cartunistas cujos traços ficaram marcados na memória dos leitores brasileiros. Entre eles está Roberto Negreiros, que morreu nesta quarta-feira (22), aos 69 anos, em São Paulo. Segundo a família publicou nas redes sociais, ele foi vítima de um infarto.
As ilustrações de Negreiros, formado em Artes Visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado, tinham de particular a combinação do lápis de cor com a aquarela. Foram publicadas em inúmeros jornais e revistas, entre eles a piauí. Em 2015, por exemplo, o artista deu corpo e rosto a uma multidão de cariocas que se espremeram para comprar mais barato no aniversário do supermercado mais popular do Rio.
Há um ano, Negreiros ilustrou um dos muitos cartórios dominados por políticos e desembargadores de Alagoas.
A piauí teve o privilégio de publicar muitos dos seus cartuns. À diretora de arte Maria Cecília Marra, Negreiros confessou mais de uma vez que adorava cachorros e por isso os desenhava com tamanha facilidade. Os animais foram tema de duas coleções de desenhos dele publicadas na revista, que você pode ver aqui e aqui.
Nos quase 17 anos de piauí, o texto que mais agradou Negreiros, contou ele a Marra, foi o que a jornalista Dorrit Harazim escreveu para se despedir de Ronald Searle. O cartunista britânico era a referência maior do trabalho do brasileiro. “Searle é um deleite, um deslumbre de elegância e graça. Puro gênio”, disse num e-mail a Marra, como se estivesse descrevendo o próprio trabalho.