No dia 2 de setembro, o governo publicou um decreto que reduziu de 600 para 300 reais o valor do auxílio emergencial. O benefício foi instituído em abril para conter os efeitos da pandemia sobre a população mais pobre e os trabalhadores informais. Esse corte no valor, no entanto, vai impactar diretamente no consumo das famílias. Na cidade de São Paulo, por exemplo, com 600 reais era possível comprar 6 quilos de carne, 8 litros de leite, 5 quilos de feijão, 3 quilos de arroz, 2 quilos de farinha, 6 quilos de batata, 9 quilos de tomate, 6 quilos de pão francês, 600 gramas de café, 90 bananas, 3 quilos de açúcar, 1 garrafa de óleo de soja… e ainda sobravam 60 reais para 20 latinhas de cerveja. Já com 300 reais, dá para comprar 6 quilos de carne, 8 litros de leite, 5 quilos de feijão, 3 quilos de arroz, 2 quilos de farinha, 3 quilos de açúcar, uma garrafa de óleo e uma dúzia de bananas. O auxílio com valor atualizado começou a ser pago na sexta-feira (18) e será pago até 31 de dezembro independentemente de quantas parcelas cada pessoa tenha recebido.
Com o benefício reduzido não é possível comprar uma cesta básica nem mesmo na capital mais barata: Aracaju. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que monitora mensalmente o preço dos itens da cesta básica em 17 capitais brasileiras, uma cesta custa 398,47 reais na capital sergipense. Enquanto que na capital de São Paulo, para comprar uma cesta básica, uma pessoa cuja renda só depende do auxílio do governo precisaria de mais 239,35 reais. Segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada pelo Dieese, um trabalhador que recebe o salário mínimo, de 1.045 reais, comprometeu em agosto, em média, 49% da sua renda para comprar os alimentos básicos necessários para uma pessoa adulta.