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Em 2020, estupros de vulneráveis diminuíram com isolamento, mas depois voltaram a crescer

15dez2021_09h13
Luigi Mazza e Renata Buono

Em janeiro do ano passado, quando ainda não havia pandemia, o Brasil registrou 4 mil casos de estupro contra crianças e adolescentes. Esse número despencou quando a maioria dos estados decretou quarentena. Em abril, mês em que foi registrado o maior índice de isolamento social no país, foram notificados 2,5 mil casos de estupro de vulneráveis. O número voltou a crescer nos meses seguintes, à medida que a quarentena se afrouxava. Em novembro, mês em que o isolamento atingiu seu menor nível em 2020, foram 3,7 mil ocorrências desse tipo, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

 

Um movimento similar foi notado nos índices de estupro contra mulheres adultas. Os dados, contudo, não permitem concluir que houve uma diminuição real desses crimes durante a pandemia. É possível que, em meio à quarentena, tenha havido maior taxa de subnotificação – que já tende a ser alta em crimes desse tipo. Embora não haja uma estimativa recente sobre o índice de subnotificação desses crimes no Brasil, é seguro deduzir que, assim como no resto do mundo, ele é alto. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Departamento de Justiça estimou em 2019 que apenas 34% das vítimas de estupro teriam denunciado o crime à polícia.

 

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública

 

 

 

 

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