O dia começou hoje com a manchete “Novo diretor da Cinemateca é processado por estelionato”, publicada no blog “Sem legenda” da Folha de S. Paulo, pelo repórter da “Ilustrada” Guilherme Genestreti.
Admitida a presunção de inocência enquanto a Justiça não deliberar, a simples existência do processo revela descuido e precipitação, no mínimo, por parte do Ministério da Cultura ao indicar para cargo de tamanha importância alguém sem conhecimento das atribuições da Cinemateca, que tampouco possui qualquer competência técnica que o qualifique para a função, e além de tudo responde a um processo.
Ou, por acaso, o Ministério considera que semelhante perfil é adequado para responder pela instituição e dar prosseguimento à sua recuperação que estava em andamento?
No final da manhã, começou a ser divulgado o “Manifesto pela Cinemateca Brasileira”, assinado de início, entre outros, por Lygia Fagundes Telles, Carlos Augusto Calil, Eduardo Morettin, Lauro Escorel, Esther Hamburguer, Ricardo Aronovich. No princípio da tarde contava com mais de 100 adesões.
O parágrafo final do manifesto é um apelo ao bom senso:
“O governo interino recentemente teve a sensatez de recuar na extinção do Ministério da Cultura. Podia agora demonstrar igual prudência ao revogar as demissões que impactaram seus órgãos. E no caso da Cinemateca Brasileira, em reconhecimento pelos seus 70 anos, e pelo centenário de seu fundador Paulo Emílio Sales Gomes, ambos celebrados neste ano, devolver-lhe a verdadeira identidade de um museu moderno, vinculando-o ao IBRAM [Instituto Brasileiro de Museus].”
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