Em Porto Alegre, no bairro popular da Restinga, localizado no extremo sul da cidade, uma viagem de 30 minutos de ônibus leva um morador a apenas 0,5% dos locais de trabalho da cidade. Com o mesmo tempo, um habitante do Moinhos de Vento, bairro de classe alta, consegue chegar a 43,4% dos locais de trabalho do município.
Quem está mais exposto ao vírus são as pessoas que têm que sair diariamente para trabalhar. Em novembro de 2020, a cada 100 brasileiros ocupados, 86 trabalhavam presencialmente. E são os moradores das periferias que têm que passar mais tempo no trajeto até o trabalho.
Em entrevista à piauí, a paulista Ieda Cristina Mandelli, motorista de ônibus, disse que com o transporte muitas vezes lotado, manter o distanciamento desejado é impraticável. E há passageiros que insistem em não usar máscara.
Fonte: Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), compilados pelo Pindograma