No circuito de arte paulistano, Deri Andrade era conhecido por ser analista de comunicação do Museu de Arte Moderna (MAM), no Parque Ibirapuera. Desde 2016, seu nome está associado ao Projeto Afro, plataforma que criou para mapear artistas afrodescendentes no Brasil. O projeto tem até o momento cerca de trezentos nomes indexados. No final de 2023, a iniciativa de Andrade desembocou na exposição Encruzilhadas da arte afro-brasileira, no CCBB São Paulo, que inclui em torno de 150 obras, produzidas por 61 artistas em diferentes linguagens. A exposição tem entrada gratuita e vai até 18 de março.
Andrade, que desde 2021 é também curador-assistente no Instituto Inhotim, traz na exposição alguns nomes que participaram da mostra Dos Brasis, com proposta semelhante, realizada no Sesc Belenzinho em 2023. Entre eles, Hariel Ravignet, Yhuri Cruz e Augusto Leal.
Com o trabalho Gangorra (2020), Leal chama o público para se divertir no térreo do prédio. Diferente do brinquedo homônimo, o trabalho não consiste em balançar para baixo e para o alto, mas em rodar para o lado, sentado sobre uma tora de madeira onde está inscrita a palavra “poder”. As crianças se jogam. Os adultos hesitam, mas encaram a gira.
Na exposição no CCBB, os andares mais bem resolvidos em termos de narrativa são o terceiro e o quarto. É recomendado começar por eles. Mas não deixe de visitar os outros, porque a apreciação da arte inclui ver o que não funcionou tão bem.