A velhice que cada um de nós viverá é o resultado de uma vida em que gênero, raça, escolaridade e renda contam. Uma vida desigual leva a um envelhecimento desigual e, para muitas pessoas, deficiente. E isso acaba pesando para a sociedade como um todo. No Brasil, os números denunciam essa discrepância.
Mas essa não é a única velhice possível: nossa capacidade de acumular afetos pode ser determinante na maneira como vivemos nossos últimos anos. Para Alexandre Kalache,médico epidemiologista especializado no estudo do envelhecimento, primeiro entrevistado do segundo episódio de Desiguais, é essencial acumular capital vital (saúde), capital conhecimento, capital financeiro. Mas, sobretudo, capital social – relações de cuidado e amizade.
Quilombola e doutora em Antropologia Social e Etnologia Maria de Lourdes Siqueira é a segunda entrevistada da semana. Por oportunidades e determinação, conseguiu acumular esses capitais que garantem um bom envelhecimento. Vitória, por sua vez, perfila com sua vida o resultado de um conjunto de características – e desigualdades -, fazendo parte da grande maioria que tem acesso a uma velhice “deficiente”.
No segundo episódio da série em áudio apresentada pela jornalista Carol Pires, como a velhice – destino inevitável – pode ser também sinônimo de um progresso conjunto entre habilidades individuais e uma sociedade digna para todos.
DESIGUAIS é uma produção da Maranha Filmes, com apoio da Fundação Tide Setubal, OAK Foundation e Ford Foundation.
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