Em 11 de janeiro passado, o executivo Sergio Rial, presidente da Americanas, anunciou um rombo de 20 bilhões de reais na varejista, ocultado por anos no balanço da empresa pelos gestores anteriores. No mesmo dia, depois de divulgar o rombo, Rial pediu demissão. No dia 13, porém, a pedido dos três controladores da empresa – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira –, Rial fez uma reunião com presidentes e diretores dos bancos credores para explicar o escândalo que se instalara. A reação foi a pior possível, como revela Consuelo Dieguez na piauí deste mês:
– Rial – começou um diretor do banco –, para mim o que aconteceu aí é uma vergonha. É um negócio inacreditável. A gente não consegue fechar matematicamente esse rombo.
– Eu concordo com tudo o que foi dito – disse o presidente de outro banco de varejo. – Essa história da Americanas é uma vergonha. Eu só estenderia um pouco mais: o que aconteceu aí foi uma fraude.
Era a primeira vez que a palavra “fraude” aparecia para definir o que se passara na varejista. Até então, o caso estava sendo diplomaticamente tratado como uma crise contábil. Outro presidente de banco pegou o mote e foi mais duro, resumindo, quase aos gritos, o pensamento do grupo de executivos:
– Porra, Rial, é um absurdo você estar aqui, não é? Porque não é com você que a gente quer conversar. Nem na empresa você está mais. A gente quer falar com quem é responsável por isso e tem capital para resolver.
O rombo na Americanas é a maior fraude das corporações brasileiras.
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