Em seus quase sessenta anos de poder em Cuba, Castro sobreviveu a onze presidentes americanos. Mesmo que nos últimos dez anos tivesse passado o comando a seu irmão Raúl, permanecia como a figura tutelar de um país no qual 90% da população atual não conheceu outro líder senão ele. Eram famosos seus discursos intermináveis de 7 ou 8 horas, suas conversas que se estendiam madrugada adentro quando o interlocutor o interessava.
Pare escrever Fidel e a Religião, lançado em Cuba há mais de trinta anos, Frei Betto, frade dominicano mineiro perseguido pela ditadura militar brasileira, ouviu o dirigente por mais de 23 horas. Nesse livro-entrevista, Fidel discorre sobre sua profunda inserção no mundo católico quando menino, e sua postura diante das religiões, cuja prática à época da longa conversa ainda era proibida pela Revolução Cubana.
O exemplar autografado possui uma dedicatória ao jornalista brasileiro Roberto d’Ávila, a quem Castro oferece o livro “fraternamente”, após uma entrevista que lhe concedera em dezembro de 1985. Frei Betto também assina abaixo do líder cubano, então no auge de seu poder.
Este exemplar foi generosamente presenteado por Roberto d’Ávila a seu atual detentor.