Depois de quatro anos com mais demissões que contratações no Brasil, em 2018 essa conta se inverteu – mesmo que de maneira modesta e com ênfase nos postos de baixos salários. Com base em dados de fluxo de emprego de carteira assinada nos últimos anos, recolhidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a piauí preparou uma série de comparações visuais.
Em 2018 houve mais contratações do que demissões. O último ano em que isso aconteceu foi 2014, quando 20,7 milhões de pessoas conseguiram emprego. No ano passado, esse número foi mais modesto: 14,9 milhões tiveram a carteira assinada.
Em cada 200 vagas criadas em 2018, só uma foi com remuneração de dez ou mais salários mínimos, e 171 para receber até dois salários mínimos.
Em 2011 foram criadas duas vezes mais vagas para empregos com salário acima de dez salários mínimos do que em 2018.
Em 2018 a média salarial das vagas abertas para programadores foi de 4 958 reais – três vezes a média salarial de professores universitários (1 800 reais).
A cada vaga de professor de ensino médio criada no ano passado, surgiram quatro para professores de alfabetização e ensino fundamental.
Para contratar um professor de língua italiana, foi preciso pagar 139% acima do que ganhava um professor demitido. Enquanto isso, professores de comunicação social contratados em 2018 tiveram queda de 84% do salário.
A categoria de vendedor foi a que mais teve contratações de carteira assinada em 2018: 1,8 milhão de pessoas.
Na outra ponta, a profissão com menos contratações de carteira assinada foi a de investigador criminal, que fechou o ano com apenas duas admissões.
Fontes: Caged – Classificação Brasileira de Ocupações Subgrupo e Caged CBO Ocupação/MTE.