LEBLON – O enfant terrible Dado Dolabella anunciou nesta segunda-feira que prestará consultoria a Dominique Strauss-Kahn, diretor-presidente do Fundo Monetário Internacional, acusado de ter agredido sexualmente uma camareira. "Tenho vasta experiência em denúncias descabidas de camareiras cheias de frecurinhas e de não-me-toques”, disse o renomado ator. “Preparei um pacote de ajuda ao diretor do FMI que inclui um severo arrocho na glote dessas ordinárias e um empréstimo de machadinhas, iguais àquela que finquei na mesa do João Gordo.

Dolabella, um dos maiores eruditos brasileiros no assunto, entrou para o circuito de palestras há dois anos. Sua aula motivacional "As fracas que me perdoem, mas o murro é fundamental" ganhou elogios de celebridades como Luxemburgo, Charlie Sheen, Netinho de Paula e Maguila. "A mulher não quer igualdade? Então reage!", costuma repetir Dado em suas apresentações, sob aplausos de machões de todos os tipos, inclusive enrustidos como Jair Bolsonaro.

O deputado Jair Bolsonaro, por sua vez, denunciou uma armação contra Strauss-Kahn. “A camareira que fez a denúncia é de origem africana”, disse, “logo, é uma comparsa da Preta Gil e, portanto, promíscua. Ou seja: é uma comunista que quer destruir o FMI.

Ao saber do ocorrido, Marta Suplicy organizou um churrasco macrobiótico com as camareiras paulistas na Praia Grande, onde participava de um casamento homoafetivo coletivo. “Esse Dado é casado, tem família, é amigo do Kassab?” indagou a senadora. Via twitter, Soninha Francine desabafou: "Um dia atacam as camareiras. Noutro, podem ser as maconheiras. Temos que reagir contra essa onda de violência que começou quando uma blogueira guatemalteca foi presa, torturada e teve as unhas descoloridas com acetona depois que divulgou uma receita de Space Cake".

Dilma Rousseff, que foi camareira em Havana durante a luta armada, não se manifestou.