30jun2011 | 12h17 | Brasil

Sob risco de se desnacionalizarem, mineiros de Governador Valadares pedem US$ 3.9 bilhões ao BNDES

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GOVERNADOR VALADARES – Um grupo de mais de cem valadarenses desempregados se reuniram no pátio de estacionamento de um supermercado Pão de Açúcar para pedir ao governo recursos que evitem a iminente desnacionalização de vários deles. “Quero continuar a ser brasileiro”, disse Ismael Pinto, conhecido como Nhô Zim, um dos participantes. “Meu primo, minha cunhada e meu padrinho já se desnacionalizaram e hoje moram em Boston. Não está certo uma coisa dessas. Se o Luciano Coutinho não fizer nada, daqui a pouco toda a família Pinto deixará de ser nacional”, protestou, fazendo referência ao atual presidente do BNDES.

O prefeito da cidade, Ilair Murtinho, do PMDB, afirmou que a situação é grave. Segundo ele, se não houver uma ação firme e célere do governo, toda a população masculina entre 15 e 75 anos de Governador Valadares pertencerá a capitais estrangeiros. Projetando uma planilha Excel na parede do hipermercado, explicou: “Nas contas que fizemos, o município necessita de no mínimo 3.9 bilhões de dólares, ou US$ 1.5 bilhão mais sete vice-diretorias do BNDES para a minha parentela.”

Nhô Zim deixou claro que está disposto a vender parte de si mesmo ao empresário Abílio Diniz: “Se for exigência do BNDES, passo o controle de pelo menos três órgãos vitais do meu corpo para o grupo Novo Pão de Açúcar. Meu rim pode ser um campeão nacional.”

Sua esposa concordou, declarando-se, desde já, disposta a ceder três dos seus oito filhos ao grupo Carrefour.